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Mastodon, o anti-Twitter

em Tecnologia
terça-feira, 08 de novembro de 2022

Para os usuários do Twitter que não estão gostando dos rumos que o aplicativo vem tomando após sua aquisição por Elon Musk, o Mastodon parece ser uma alternativa interessante.

Vivaldo José Breternitz (*)

À primeira vista, ambas as plataformas são muito semelhantes: os usuários podem mandar mensagens curtas de texto – 500 caracteres no Mastodon contra 280 no Twitter, fotos ou qualquer outro conteúdo através de um “toot” – no Mastodon o tweet é chamado toot, e o retweet, boost.

São possíveis manifestações acerca dos toots, criar canais e inscrever-se em canais de terceiros – existem cerca de 70 mil canais; não há publicidade – a plataforma não tem fins lucrativos, sustenta-se com doações feitas por seus usuários e com uma pequena contribuição da Comissão Europeia.

O Mastodon foi lançado em 2016 por uma equipe liderada pelo cientista da computação alemão Eugen Rochko – essa equipe teria sido motivada por boatos que já corriam na época a respeito de uma possível aquisição do Twitter pelo bilionário Peter Thiel, fundador do PayPal e amigo de Musk, o que viria a subordinar os destinos da plataforma aos interesses desse bilionário.

Em termos de número de usuários, o Mastodon é muito menor que o Twitter, diz ter cerca de 5,9 milhões de usuários. Já o Twitter, ao ser adquirido, dizia ter cerca de 237 milhões de usuários, dos quais 70 mil foram para o Mastodon um dia depois de Musk comprar a plataforma; outros 230 mil migraram na primeira semana de novembro.

Diferindo radicalmente do Twitter, o Mastodon foi construído com código aberto, que pode ser replicado; essa característica permitiu ao Mastodon servir de base para a construção do Truth, a rede social de Donald Trump.

Resta acompanhar o que acontecerá a seguir: o Twitter vai se estabilizar? O Mastodon vai crescer e tomar seu lugar ou se tornar um concorrente de peso? É interessante lembrar a trajetória do Clubhouse, uma rede social lançada em 2020 e que parecia destinada a ocupar um lugar relevante no mercado, mas da qual quase não se fala na atualidade.

Para os interessados em conhecer o Mastodon, basta baixa-lo das loja de aplicativos.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.