Essas novelas, muito populares na China, estão sendo dubladas e devem começar a ficar disponíveis em inglês, e provavelmente em outros idiomas. Em 2023 esse mercado movimentou mais de US$ 5 bilhões na China.
Vivaldo José Breternitz (*)
Um dos aplicativos que as veiculam na China é o FlexTV. Suas novelas são gravadas para serem exibidas em telas de celulares, com qualidade, e tem cerca de 90 episódios de dois minutos cada um, pensando no público de hoje que não presta atenção a vídeos longos.
Os produtores dessas novelas não realizam produções sofisticadas e caras, mas sim roteiros simples, gravando uma série inteira em duas semanas, que divulgam intensamente online, partindo para o próximo projeto caso não haja sucesso. O custo médio de produção é de cerca de US$ 150 mil e há casos em que o faturamento chega a US$ 2 milhões por semana; esses aplicativos são pagos e vendem publicidade.
Os enredos são muito simples, falando de casos de amor, traição, vingança, fraude e outros similares, ao gosto do público menos ilustrado. Às vezes entram em cena criaturas como vampiros e lobisomens.
Apesar do sucesso inicial, esses aplicativos estão começando a encontrar dificuldades com a censura imposta pelo governo chinês, que nos últimos três meses baniu mais de 25 mil dessas novelas, totalizando cerca de 1,3 milhões de episódios, principalmente alegando que traziam excesso de violência e exploração do sexo.
Outros aplicativos, como ReelShort e DramaBox estão desenvolvendo projetos similares, especialmente para o mercado americano, mas deve-se registrar que nem sempre é fácil replicar um modelo de negócios em um mercado diferente, mas que se tiverem sucesso serão mais um produto chinês de exportação.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
