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Mais inteligência artificial para as forças armadas americanas

em Tecnologia
quarta-feira, 04 de agosto de 2021

As forças armadas americanas vêm conduzindo seus Global Information Dominance Experiments (GIDE), testes de um combinação de inteligência artificial, computação em nuvem e sensores que podem dar a elas a capacidade de prever eventos “com dias de antecedência”, como disse o General Glen VanHerck, que acumula importantes comandos na estrutura militar daquele país.

Vivaldo José Breternitz (*)

O sistema, baseado em aprendizado de máquina, capta em tempo real informações que podem ser indicativos de problemas. Como exemplo, se imagens de satélite mostrarem sinais de que diversos submarinos de uma nação rival estão se preparando para deixar seus portos, a inteligência artificial pode associar essas informações a outras e emitir alertas; analistas militares trabalhando de forma convencional podem levar horas ou mesmo dias para receber e analisar essas informações, o que a nova ferramenta pode fazer em segundos.

Acaba de acontecer um amplo teste da combinação, envolvendo possíveis ataques ao Canal do Panamá; segundo VanHerck, as tecnologias envolvidas não são totalmente novas, mas os militares juntaram-nas de uma forma inédita. Os resultados mostraram que o sistema pode se tornar operacional em breve.

As vantagens dessa ferramenta são bastante claras: em vez de simplesmente reagir a eventos ou confiar em informações desatualizadas, os americanos poderiam tomar medidas proativas, como reforçar suas defesas ou tomar a iniciativa de atacar.

Evidentemente ainda existem limitações. A ferramenta identifica situações fora do comum, como o caso dos navios de que se falou acima, deslocamento de tropas e aviões, por exemplo, mas não pode prever com total certeza o que acontecerá – os humanos ainda estarão fortemente envolvidos, mas poderão reagir de forma mais eficaz e rápida.

O conjunto de tecnologias também pode ser útil no sentido de levar os envolvidos a negociações ao invés de conflito.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.