A KPMG é uma grande empresa de prestação de serviços nas áreas de auditoria, impostos e consultoria, fazendo parte do chamado Big Four, grupo composto pelas maiores empresas do setor em todo o mundo.
Vivaldo José Breternitz (*)
A empresa, que tem 265 mil funcionários atuando em 143 países e territórios, acaba de fechar uma parceria com a Microsoft na área de Inteligência Artificial, o que é mais um indicador da rapidez com que essa tecnologia está sendo adotada.
A KPMG acredita que Inteligência Artificial pode ajudar seus clientes em inúmeras áreas, razão pela qual pretende aplicar US$ 2 bilhões na parceria com a Microsoft, que não deu informações acerca dos valores que investirá.
Através da parceria, as empresas planejam desenvolver em conjunto ferramentas generativas de Inteligência Artificial para funcionários e clientes da KPMG, em substituição a algumas das formas correntes de fazer negócios e executar serviços, que devem se tornar obsoletas.
Carl Carande, executivo da KPMG, disse que a Inteligência Artificial pode ajudar as organizações a analisar dados históricos, identificar padrões e detectar correlações que podem não ser aparentes para analistas humanos, otimizando cadeias de suprimento, níveis de produção e estoque etc.
Na área de cibersegurança, a Inteligência Artificial generativa pode ajudar a interpretar dados e gerar mais rapidamente informações sobre ameaças potenciais e como responder a elas – um ser humano com experiência, intuição e conhecimentos ainda é essencial para identificar anomalias difíceis de detectar, disse Carande, mas a Inteligência Artificial pode trazer grandes vantagens nessa área, complementou.
A KPMG presta consultoria a instituições financeiras, empresas de energia, governos locais em todo o mundo e empresas de todos os setores; seus funcionários baseados nos Estados Unidos já estão usando ferramentas desse tipo, que foram desenvolvidas com tecnologia da OpenAI, para realizar tarefas como criação de conteúdo e de código e resumo de documentos.
Em junho passado, a KPMG havia dito que planejava demitir 5% de seus funcionários nos Estados Unidos, mas Carande disse ao portal Business Insider que o uso de Inteligência Artificial não tem relação com essa medida.
No entanto, futuras contratações deverão levar em consideração a experiência dos candidatos na área de Inteligência Artificial, pois essa experiência pode colocar os admitidos em condições de agregar valor com mais rapidez aos projetos em que forem alocados.
É mais um alerta a profissionais, professores e estudantes, no sentido de que devem se manter atualizados, atentos ao seu nível de empregabilidade.
(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FASTEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
