Não há relação entre o uso de celulares e o aumento do risco de cânceres de diversos tipos, inclusive no cérebro.
Vivaldo José Breternitz (*)
Esta é a conclusão a que chegou um estudo encomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que foi feito através da revisão de todas as publicações científicas disponíveis.
Ficou evidente que, apesar do enorme aumento no uso de smartphones e outros dispositivos sem fio, não houve um aumento correspondente na incidência de cânceres, inclusive no caso de pessoas que usam esses dispositivos de forma intensiva.
A revisão abrangeu 63 estudos com resultados publicados entre 1994 a 2022, avaliados por 11 pesquisadores de 10 países, que consideraram os efeitos da radiofrequência usada em telefones celulares, bem como em TVs, monitores de bebês, radares e outros dispositivos wireless.
A revisão analisou cânceres do cérebro, glândula pituitária, glândulas salivares e leucemia, em adultos e crianças, bem como os riscos ligados ao uso de não apenas de telefones celulares, mas de estações base.
A OMS e outros órgãos internacionais de saúde já haviam dito anteriormente que não há evidências definitivas de efeitos adversos à saúde gerados pela radiação usada por telefones celulares, mas pediram mais estudos, como este.
Talvez seja o fim de mais uma lenda urbana: celulares não dão câncer!
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].
