Muitos estão dizendo que o metaverso já é uma realidade e que crescerá muito mais, devendo ser o futuro da internet, sendo uma oportunidade para negócios nos próximos anos e mudando radicalmente a forma com que trabalhamos, estudamos, nos divertimos, vivemos, enfim.
Vivaldo José Breternitz (*)
Mas a Intel, responsável pelo desenvolvimento dos primeiros chips e que atualmente é a segunda maior produtora desse dispositivo em todo mundo, acredita que o metaverso será algo utilizado de forma mais ampla apenas em um futuro remoto.
Segundo Raja Koduri, vice-presidente sênior da Intel, para que isso aconteça será necessário que a eficiência computacional cresça mil vezes em relação aos níveis atuais. Falando ao portal The Verge, o executivo enfatizou também a necessidade de novas arquiteturas de hardware e software, bem como algoritmos mais poderosos para tornar o metaverso uma realidade, algo diferente do que já existe de forma rudimentar e vem recebendo esse nome.
Também serão necessárias estruturas de telecomunicações de enorme capacidade, coisa que talvez 5G não consiga fornecer, além do estabelecimento de padrões para que diferentes recursos possam interagir. Estabelecer esses padrões é muito difícil, pois haverá necessidade de muita negociação e os envolvidos tenderão sempre a forçar a adoção de regras que os beneficiam.
Além dessas considerações, de natureza mais tecnológica, vale lembrar também outras preocupações, como as do ex-CEO do Google, Eric Schmidt, que disse ao New York Times falando sobre o metaverso: “Quem definirá as regras? O mundo se tornará mais digital do que físico. E isso não é necessariamente a melhor coisa para a sociedade”.
Quando for uma realidade, o metaverso trará grandes mudanças, que geram grandes oportunidades, mas também grandes riscos, que a sociedade deve monitorar.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor de empresas.