Comenta-se frequentemente que a baixa presença de mulheres nas áreas tecnológicas se deve à falta de apoio, interesse ou de mulheres com estudos em Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Conceitos imprecisos, pois embora muitas delas ingressem atualmente no setor, podem optar por sair porque o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não sustenta seus objetivos familiares ou porque existem comportamentos indesejados que ainda são tolerados em algumas organizações.
É importante que, quando uma organização contrata, garanta que os seus painéis de liderança e contratação sejam tão diversos quanto os candidatos que tentam atrair, uma vez que muitas mulheres são expulsas da indústria devido a problemas sistémicos na “cultura tecnológica” que pode encorajar o sexismo e o assédio. Não importa quão boa engenheira você seja.
Recrutar pessoas através de vias não tradicionais e acolher de volta ao trabalho aqueles que tiraram uma folga para constituir família são outros componentes importantes para aumentar a representação feminina nas áreas tecnológicas. Políticas flexíveis de licença parental, subsídios para cuidados infantis e um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional ajudam a atrair e reter funcionários de qualquer género na indústria. Os custos com cuidados infantis são muito elevados, portanto, qualquer coisa que uma organização possa fazer para apoiar os funcionários que desejam constituir família resultará num melhor recrutamento e retenção.
Quando o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, é importante deixar claro que a diversidade sem inclusão é um descuido. É uma forma de algumas empresas dizerem que “fizeram a sua parte” sem se concentrarem no resultado a longo prazo, que é a inclusão. Uma das razões pelas quais vemos uma fraca retenção de mulheres é porque as empresas muitas vezes limitam-se ao recrutamento diversificado, mas esquecem-se de criar ambientes dentro da empresa que sejam atraentes para os membros femininos da equipa.
A diversidade é essencial para colmatar a “lacuna de competências” porque abre a porta para que mais pessoas ingressem na indústria das TI, mas deve ser acompanhada por descrições de funções razoáveis e salários justos. Em vez de procurar “unicórnios” que podem fazer e saber tudo, o melhor é investir em contratações e treinamentos para transformar seus colaboradores em profissionais completos e experientes independente do gênero.
Ser mulher na área de TI traz maiores expectativas para o mesmo cargo. Espera-se que as mulheres, que muitas vezes são as primeiras ou únicas numa equipe, possuam um número cada vez maior de mulheres nessa equipe. Muitas vezes são convidadas a participar de atividades extracurriculares adicionais por serem mulheres e, embora estas possam melhorar a experiência pessoal e profissional, muitas vezes são um complemento às funções ao tempo inteiro que já desempenham. Se você deseja aumentar a representação de mulheres nas equipes de TI, deve parar de fazer disso um problema para as mulheres resolverem, pois esse é um dos principais fatores de esgotamento.
(Fonte: Stephanie Aceves, Diretora Sênior de Gestão de Produtos da Tanium e Melissa Bischoping, Diretora de Pesquisa de Segurança de Endpoint da Tanium).
