O CEO da IBM Arvind Krishna anunciou que a empresa está iniciando o processo de encerramento de suas operações na Rússia.
Vivaldo José Breternitz (*)
A empresa havia suspendido as operações comerciais naquele país, juntando-se a outras empresas ocidentais que optaram por interromper as vendas ou sair completamente da Rússia após a invasão da Ucrânia.
Apesar de não fazer mais negócios na Rússia, a IBM continuou pagando seus funcionários baseados naquele país, mas as sanções americanas aos bancos russos tornaram mais difícil para a empresa pagar seus funcionários no Rússia, como informou a Reuters no mês passado.
Agora, o encerramento das operações implica na demissão de sua força de trabalho sediada naquele país. Ao fazer o anúncio, Krishna disse que “nossos colegas na Rússia, sem culpa, suportaram meses de estresse e incerteza. Reconhecemos que essa notícia é dura e quero garantir a eles que a IBM continuará a apoiá-los, tomando todas as medidas possíveis para ajuda-los nesse momento”.
Aos investidores, a IBM disse que deixar de fazer negócios com a Rússia terá muito pouco impacto em seus resultados, pois aquele país respondeu por cerca de 0,5% da receita total da IBM no ano passado, ou US$ 300 milhões de sua receita total de US$ 57,4 bilhões.
A IBM tem vários clientes de grande porte na Rússia, incluindo bancos, empresas de energia e ferrovias. Em 2019 a empresa chegou a realizar em Moscou seu Think Summit, evento de alto nível reunindo grandes clientes de todo o mundo, porém, desde março, parou de fornecer bens, peças, software, serviços, consultoria e tecnologia a empresas russas.
São mais vítimas de uma guerra cruel e injusta.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT
