Infelizmente, parece estar virando rotina: a HP, que já foi o maior fabricante mundial de computadores pessoais disse estar planejando diminuir seu quadro de pessoal entre 4 e 6 mil empregados até o final de 2025.
Vivaldo José Breternitz (*)
Esse número representa 12% do total de funcionários da empresa e o corte foi anunciado juntamente com a queda de 11% nas vendas do último trimestre.
O anúncio ocorre um mês depois que IDC e Gartner, empresas que monitoram o mercado de tecnologia, terem anunciado que a demanda por computadores vem caindo com uma rapidez nunca observada.
Ao comentar os cortes, o CEO da HP, Enrique Lores, disse ao Wall Street Journal não acreditar que a situação melhore em 2023.
A piora da economia em praticamente todo o mundo, especialmente a alta da inflação, vem reduzindo o consumo de equipamentos como computadores pessoais e smartphones, atingindo empresas como a HP, que viram suas vendas crescerem muito durante a pandemia, quando pessoas e empresas compraram muito equipamento para viabilizar o trabalho e o estudo à distância.
Das grandes empresas da área, a única que parece continuar vivendo bons tempos é a Apple, que continua registrando recordes de vendas – se essa situação persistirá, só o tempo dirá.
Alguns analistas acreditam que este é o começo de uma grande crise das empresas tecnologia, algo não visto desde o início dos anos 2000, quando houve o crash das ponto com.
Ainda é cedo para prever o quanto essa crise impactará o Brasil, mas é certo que não passaremos incólumes, pois as big techs também tem estruturas por aqui, que certamente serão reduzidas. Além disso, os investidores devem se acautelar, reduzindo o fluxo de recursos para startups da área de tecnologia.
Para tornar o cenário mais sombrio, há as declarações estapafúrdias de membros do grupo que venceu nossas eleições e as reações, nem sempre racionais, dos derrotados.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.