Da confusão que impera no setor automotivo, especialmente, mas não exclusivamente, em função da chegada ao mercado dos veículos elétricos, pode emergir um fato realmente espetacular: a fusão da Honda e da Nissan.
Vivaldo José Breternitz (*)
De acordo com a publicação Nikkei Asia, as duas empresas estão ampliando parcerias, que podem levar a uma fusão, como forma de enfrentar os fabricantes chinesas de carros elétricos e a Tesla. Rumores dão conta que a Mitsubishi poderia se juntar ao grupo
Outras parcerias vêm sendo firmadas entre montadoras: no início de 2024, a Hyundai e a General Motors assinaram um memorando de entendimento, com o objetivo de colaborar em tecnologias elétricas e de hidrogênio, com foco no desenvolvimento conjunto de veículos de passageiros e comerciais.
Na mesma época, a BMW e a Toyota também uniram forças para desenvolver células de combustível avançadas para carros elétricos, com o objetivo geral de reduzir custos e desenvolver tecnologia. Um pouco mais tarde, a Rivian e a Volkswagen anunciaram uma parceria, com a última investindo bilhões de dólares na startup que fabrica SUVs e vans elétricos.
Honda e Nissan tem reduzido o número de veículos produzidos e seus lucros. Uma fusão poderia dar às empresas a escala necessária para sobreviver em um setor sob pressão de mudanças tecnológicas e da ascensão das montadoras chinesas, levando à criação de uma das maiores montadoras do mundo.
É oportuno lembrar que, além desses fatores, as medidas protecionistas que Donald Trump vem prometendo tomar podem tornar o cenário ainda mais difícil para as empresas japonesas.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].