Finalmente, em 9 de julho passado, a Europa recuperou a capacidade de lançar satélites, deixando de depender da SpaceX para esses fins.
Vivaldo José Breternitz (*)
Naquela data, foi lançado da base de Kourou, na Guiana Francesa, o novo foguete Ariane 6, cujo primeiro lançamento estava previsto para o ano de 2020, e que custou até agora € 4 bilhões
O Ariane teve êxito ao colocar em órbita alguns satélites, mas falhas impediram que alguns experimentos fossem concluídos com sucesso, dentre eles uma reentrada controlada na atmosfera da Terra, o que fez com que partes da nave permanecessem em órbita, aumentando a quantidade de lixo que circula a Terra.
No entanto, há polêmicas em torno do Ariane, dentre elas os custos e o fato do foguete ser descartável, em tempos em que estão em uso foguetes reutilizáveis SpaceX, o que reduz bastante os custos de lançamento de satélites.
Elon Musk, o dono da SpaceX ironizou o projeto, dizendo que foguetes são apenas um meio de transporte, e que “ninguém compraria um avião, carro ou mesmo bicicleta descartável“. Em resposta, a Agência Espacial Europeia disse que a construção de foguetes reutilizáveis é muito cara, e que número de lançamentos que planeja fazer, no máximo dez por ano, não justifica essa solução, que faz sentido para a SpaceX, que pretende fechar 2024 com cerca de 150 foguetes lançados.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].