Sem “ação climática urgente”, cerca de metade da população mundial terá risco de morte aumentado por condições climáticas extremas, disse relatório divulgado durante o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), evento recentemente promovido pelas Nações Unidas.
Vivaldo José Breternitz (*)
A crise climática já afeta gravemente a saúde das pessoas em todo o mundo; segundo Aditi Mukherji, pesquisadora na área de gerenciamento de água e uma entre os autores do relatório, na última década as mortes por inundações, secas e tempestades aumentaram 15 vezes em áreas mais vulneráveis
Comentando o relatório do IPCC, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a “bomba-relógio climática está armada”, mas que existem conhecimentos e recursos para enfrentar essa crise, sendo necessário o empenho urgente de todos, pois o ritmo e a escala do que foi feito até agora são insuficientes para enfrentar a mudança climática; a emissão de gases geradores do efeito estufa precisa ser reduzida quase à metade até 2030 para que o aquecimento global não supere 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais
O IPCC escreveu que as dificuldades para se atingir essa meta, tornaram-se maiores nos últimos anos, à medida que a atividade humana tem lançado mais gases geradores do efeito estufa na atmosfera – o aquecimento global já está 1,1°C acima dos níveis pré-industriais.
De acordo com o relatório, estão disponíveis várias opções eficazes que podem reduzir as emissões, incluindo mudanças nas indústrias de alimentos e transporte. Compromissos políticos e cooperação internacional também são importantes para uma ação eficaz sobre o clima; uma melhor compreensão das consequências do consumo excessivo também é fundamental.
“Mudanças transformacionais têm maior probabilidade de sucesso onde há confiança, onde todos trabalham juntos para priorizar a redução de riscos e onde benefícios e ônus são compartilhados equitativamente”, disse o presidente do IPCC, Hoesung Lee, no relatório. “Se agirmos agora, ainda podemos garantir um futuro sustentável para todos.”
Tomara que o mundo todo se conscientize disso, rapidamente.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.