194 views 3 mins

Faculdades de Medicina no Exterior: Dúvidas

em Tecnologia
segunda-feira, 06 de junho de 2022

Algoritmos de aprendizagem em tempo real identificam tendências de comportamento do consumidor, reduzem o estoque de itens nas lojas em até 50% e aumentam vendas em até 20%. Tecnologia já é adotada por redes como Aramis, Grand Cru, Vivara e Lojas Lebes

Vivaldo José Breternitz (*)

A imprensa noticiou a prisão, sob a acusação de tráfico de drogas, de estudantes de medicina brasileiros que são alunos de faculdades situadas na Bolívia e no Paraguai.

Fugindo um pouco dos assuntos ligados às drogas e a tragédia pessoal desses jovens, convém refletir sobre outras informações trazidas pela imprensa, levando em conta a quantidade de brasileiros que são alunos dessas faculdades: são cerca de doze mil, que pagam mensalidades cujos valores estão ao redor de 10% do que cobram as faculdades brasileiras.

Há nove faculdades de medicina em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia com cerca de 120 mil habitantes, separada de Ponta Porã por uma avenida. Na pequena Salto del Guayrá, que faz fronteira com Guaíra, no Paraná, há duas dessas faculdades; em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, há três. 

A considerar que o Conselho Federal de Medicina diz que no Brasil há dez médicos recém-formados para cada 100 mil habitantes, mais que nos Estados Unidos (7,8), Chile (8,8) e Canadá (7,7) e que em função do grande número de faculdades recém abertas, em breve esse número chegará a 18 para cada 100 mil habitantes.

O médico cardiologista Júlio Braga, membro do Conselho Federal de Medicina, diz que essa quantidade de egressos em 2025 colocará o Brasil em terceiro lugar no ranking dos países que mais formam médicos em números relativos, ficando atrás somente da Irlanda e da Dinamarca, cujas escolas possuem uma outra situação em termos estruturais e não foram abertas de forma açodada como foi feito no Brasil. Isso permite concluir que provavelmente formaremos mal muitos de nossos novos médicos, também porque a pandemia manteve esses jovens fora das escolas por bastante tempo.

Se a situação é essa no Brasil, é lícito ter dúvidas sobre a qualidade do ensino nessas faculdades dos países fronteiriços e dos profissionais que nelas se graduam, levantando preocupações acerca da qualidade da medicina que será praticada entre nós nos próximos anos.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.