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Dez tendências para a transformação digital do varejo

em Tecnologia
quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

O comércio tradicional enfrenta uma disrupção digital e tecnológica particular. Enquanto suas vendas e crescimento parecem estagnados, seus concorrentes no comércio eletrônico seduzem cada vez mais usuários

Leandro Laporta (*)

No Brasil, segundo dados da Ebit/Nielsen , só no primeiro semestre de 2019 o e-commerce chegou à marca dos R﹩ 26,4 bilhões em faturamento, o que representa 12% de crescimento em relação ao mesmo período em 2018. A pesquisa também aponta que houve aumento de 18% nas pessoas que compraram online pela primeira vez. E a tendência é que esse processo não pare por aí.

Atrair e levar os clientes à loja física é um desafio para as grandes redes. Não apenas pelo fato de o comércio eletrônico ser uma opção cada vez mais escolhida, mas também porque, muitas vezes, os consumidores passam em frente às portas das lojas com os olhos fixos em seus smartphones. Estamos vivendo um momento de mudanças profundas no varejo, e aqui eu apresento alguns pontos-chave para a transformação digital do setor:

Orientação por dados: avançamos em direção a um modelo de negócios focado no valor analítico dos dados e na identificação de padrões invisíveis ao olho humano. Os dados do cliente obtidos nas lojas online e físicas tornam-se informações capazes de antecipar tendências e mudanças no comportamento dos consumidores, possibilitando ao varejo oferecer produtos, soluções e experiências personalizadas.

A rede, um aspecto fundamental do varejo inteligente: os fundamentos do presente e do futuro do varejo passam pela rede. Isso significa oferecer mais serviços aos consumidores nas lojas, como acesso à Internet, e aumentar a inteligência em relação às preferências do cliente para ofertas cada vez mais personalizadas. Para conseguir tudo isso, é preciso migrar cada vez mais tráfego para a Internet, serviços de gerenciamento e inteligência de negócios na nuvem. Portanto, todas as mudanças que o varejo está fazendo e aquelas que virão exigem uma rede preparada para acompanhá-las e que seja flexível, adaptável, sempre disponível e que ofereça uma integração simples com soluções de segurança e conectividade na nuvem. Investir em redes definidas por software (SD-WAN) é uma etapa essencial para isso.

Inteligência de localização: a análise de dados de mobilidade será essencial para a localização perfeita da loja e para a melhoria no design de interiores com o objetivo de maximizar as vendas.

Conectividade de alta qualidade a baixo custo: cuidar dos custos e controlar onde investir dinheiro é essencial para o varejo. Mas a conectividade é algo que não se pode renunciar. Existem diferentes métodos para conseguir ter conectividade de qualidade 24/7. Por exemplo, a adição de links MPLS, 3G e 4G – o que pode ser caro. A SD-WAN permite equilibrar o tráfego entre as diferentes redes, garantindo que elas sempre tenham a conectividade ideal e sem altos custos envolvidos.

Clique e dispositivos móveis: novos conceitos como comércio móvel ou automação comercial estão revolucionando o comércio eletrônico, que já possui dois protagonistas: o smartphone e a Inteligência Artificial preditiva.

Varejo “infinito”: nasce a era de um varejo omnichannel, onipresente e infinito, que satisfaz um cliente que exige um processo de compra contínuo ao passar de um canal para outro.

Estoque 4.0: O surgimento de modelos como o dropshipping torna a venda de produtos uma realidade, sem a necessidade de estoque físico em um armazém, graças à criação de acordos e negociações entre fabricantes e atacadistas.

Atendimento digital ao cliente: a eliminação de barreiras físicas e temporárias com a tecnologia melhorou o atendimento ao cliente, com ferramentas como bots ou redes sociais, que solucionam dúvidas ou reclamações de maneira mais imediata e eficaz.

Varejo social: As grandes marcas usam as redes sociais como parte de sua estratégia multimídia, promovendo novos processos de compras que motivam a participação dos seguidores, além de influenciar, definir tendências e fazer recomendações aos consumidores.

Pick up & Sale: Como resultado da crescente demanda por entregas mais rápidas, pontos de coleta independentes estão sendo multiplicados pelo produto vendido, o que implica a oportunidade de novas vendas derivadas da presença do cliente na loja, mesmo que seja apenas para pegar um pacote.

Cada um desses pontos tem sua relevância, mas vale ressaltar que, antes de tudo, o comerciante precisa entender qual a necessidade principal do seu negócio e em qual estágio da transformação digital ele se encontra. Isso vai garantir um processo verdadeiramente seguro e eficaz.

(*) É diretor de arquitetura de soluções e parcerias da Orange Business Services para a América Latina.