A Cruise é uma empresa controlada pela General Motors, que pretendia prestar serviços de táxis autônomos, os chamados robotáxis.
Vivaldo José Breternitz (*)
Acidentes causados por seus veículos a levaram a suspender temporariamente suas operações que vinham acontecendo de forma experimental em San Francisco e em outras cidades americanas; enfrentou também problemas de caixa que fizeram a GM investir na empresa mais US$ 850 milhões em meados desse ano.
Agora, a empresa anunciou a seus empregados que vai sair do negócio de robotáxis, encerrando um projeto que vinha sendo desenvolvido há anos.
Embora a Cruise tenha dito que suas demais operações serão absorvidas pela GM, esperam-se demissões, especialmente entre os funcionários não relacionados à engenharia e aqueles relacionados às operações de robotáxis, incluindo assuntos governamentais, equipes de comunicação, operações de campo e equipes de assistência remota em outras cidades onde a Cruise vinha testando seus serviços, como Phoenix, Houston e Dallas.
A Cruise estava sob pressão para operar robotáxis comercialmente – e gerar receita – há anos. As ambições eram altas: em 2021, a GM projetou que a Cruise teria dezenas de milhares de robotáxis em operação, que poderiam gerar, até o final da década, receitas anuais da ordem de US$ 50 bilhões. A empresa inclusive havia assinado um acordo com a Uber para lançar seus robotáxis na plataforma Uber em 2025.
Esse fato ressalta as dificuldades ligadas à efetiva popularização do uso de veículos autônomos nas cidades.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].