A tecnologia e o uso da internet se tornaram imprescindíveis nos dias de hoje, é através dela que temos acesso à educação, informação, lazer e principalmente à comunicação. Com isso, podemos destacar o avanço das redes sociais, hoje mais de um bilhão de pessoas em todo mundo possuem perfis em plataformas como Facebook, Twitter, Whatsapp, Youtube, TikTok, Instagram e outras.
E mesmo sabendo de todas as vantagens que essas redes proporciona, é importante lembrar que é preciso muito cuidado ao ingressar nelas, isso porque, nós adultos, temos discernimento de entender o que é certo ou errado ao acessar um conteúdo, mas uma criança em desenvolvimento, não isso faz com que uma ferramenta de lazer se torne uma porta aberta para diversos perigos.
Muitos pais e responsáveis se perguntam como permitir que a geração que não conhece a vida sem a internet, possa usá-la com segurança. Para Erick Santos, sócio fundador da Megamente, escola de programação e robótica especializada em softs skills, antes de pensar na segurança online, é preciso avaliar um passo atrás. “Muitas vezes nós achamos que a culpa é da criança por fazer uma pesquisa ou acompanhar um conteúdo inadequado, mas a rede social é apenas uma ferramenta que está disponível o tempo todo para todo mundo, o primeiro ponto a avaliar é como essa criança foi instruída a utilizar aquela ferramenta”.
O empreendedor, acredita que antes de entregar um computador ou celular para uma criança é importante orientá-la e instruí-la da melhor forma. “Além dessa orientação, nós também temos aplicativos nativos das ferramentas que bloqueiam conteúdos proibidos para menores de idade, e isso é uma segurança a mais que temos”.
Vânia Valle, diretora da escola, comenta que além dos aplicativos restritivos é importante criar um laço de confiança com essa criança. “Eu acredito que para entregar um aparelho para a criança houve uma confiança e isso deve ser mútuo, pai e filho precisam estar alinhados do que é legal de acompanhar ou não”.
“Essa relação precisa ser construída desde cedo, não adianta você entregar um celular para uma criança aos dois anos de idade para ela ficar quieta, aos dez deixar ela livre para acessar um Youtube e TikTok, por exemplo, e aos 14 tentar proibir ela de usar algo, pois ela foi treinada desde criança que aquilo era o correto. Por isso, eu sempre alerto que esse é um trabalho a ser feito desde cedo”, pontua Erick.
Mas como utilizar as redes sociais como aliada na educação de seus filhos? Para Erick o principal ponto é saber usar a tecnologia, e não ser usado por ela. “Muitas vezes o pai vem acompanhar uma aula de um filho ou matricular na escola e questiona: ‘meu filho passa o dia todo online e agora vai ficar aqui também?’, eles não entendem que estamos utilizando a ferramenta de maneira produtiva, então, além das crianças, nós também educamos os pais, mostrando para eles que o jogo e as redes sociais são aliadas quando usadas de maneira correta”.
A Megamente, por exemplo, utiliza em sua metodologia uma apostila que permite que as crianças possam reproduzir em casa tudo o que foi ensinado em sala de aula. “Criamos um material com uma linguagem simples para que a criança e o pai possam utilizar para poder treinar o que é ensinado em sala dentro de casa. Além disso, para aqueles que não possuem acesso à um curso presencial, é possível encontrar diversas atividades gratuitas, workshops online, são conteúdos mais básicos, mas que podem ser um pontapé inicial para esse caso”, afirma.
Vania pontua também que é importante ter um tempo de qualidade com as crianças sem nenhuma intervenção tecnológica. “Já tivemos casos de pais que falavam que os filhos não saiam do videogame, e o filho respondia: mas você também está sempre no celular’, então é uma educação mútua o que fazemos, nós sempre orientamos que os pais fiquem com os filhos sem celular, joguem jogos de tabuleiro, façam ações ao livre como piquenique e já tivemos retornos incríveis de pais que testarem e perceberam que a relação com a criança melhorou”, finaliza.
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