O final do mês de março foi marcado por um ataque a uma escola pública paulistana, tendo como vítima fatal uma professora de 71 anos e outras quatro pessoas feridas. O agressor: um aluno de apenas 13 anos.
Em seu depoimento, o adolescente confessou que há muitos tempo se sentia triste e que há cerca de dois anos começou a ter ideias de vingança contra os colegas e professores para, assim, acabar com toda a angústia que sentia. Ele era vítima de bullying na escola.
Nos últimos 20 anos, aconteceram ao menos 16 episódios de violência em escolas usando armas de fogo e facas, segundo um levantamento do Instituto Sou da Paz e da emissora de TV CNN. E, apenas dois dias após o atentado, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo descobriu outros sete planos de ataques apenas na Grande São Paulo.
O efeito contágio é uma realidade, foi demonstrado na prática e precisa ser coibido. Mas como? A empatia e o olhar crítico dos professores é tão essencial quanto os investimentos em segurança pública e monitoramento das redes sociais.
Uma em cada seis crianças e adolescentes no mundo são afetadas por algum transtorno mental. No Brasil, segundo estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), dos 69 milhões de pessoas com 0 a 19 anos, há registro de 10,3 milhões de casos de transtornos. E somente um terço recebe atendimento formal.
Transtornos mentais como problemas de relacionamentos sociais, ansiedade, depressão, hiperatividade e déficit de atenção, entre outros, têm se tornado cada vez mais comuns, principalmente depois da pandemia. E as sequelas poderão ser sentidas durante muitos anos.
A escola é o ambiente em que a maioria das crianças e adolescentes estabelece grande parte de suas interações sociais, tornando-a um dos locais mais propícios para identificar eventuais problemas em seu comportamento. Reconhecer essas condições pode reduzir o sofrimento dos estudantes e minimizar o risco de problemas mais sérios se desenvolverem.
A educação está em constante evolução, com a tecnologia assumindo o protagonismo, e os professores podem se beneficiar dela para uma aprendizagem socioemocional sobre os seus alunos. Há uma plataforma inovadora que realiza um trabalho que une Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Inteligência Artificial ao aprendizado online.
A organização usa avatares que são operados por meio de uma mistura de inteligência humana e artificial. Trabalhando nos bastidores, um humano – conhecido como especialista em simulação – controla os seus movimentos.
A plataforma de realidade virtual fornece uma sala de aula simulada com alunos, que às vezes deixam escapar respostas e comportamentos diferenciados, usam seus celulares, adormecem ou ficam sobrecarregados.
O cenário exige habilidades específicas, como gerenciamento de comportamento. Os professores aprendem a lidar com as diferenças, recebendo feedbacks dos instrutores, que podem ser psicólogos, psicopedagogos e outros especialistas em comportamento.
Nos Estados Unidos, várias instituições de ensino já promoveram treinamentos desse tipo, que incluem temas como a resistência à aceitação de distúrbios devido a estigmas e preconceitos, além de abordar medidas que os professores podem tomar em sala de aula para minimizar o sofrimento dos alunos que têm esses problemas.
Infelizmente não há uma solução mágica para o problema da violência nas escolas. Mas, sem dúvidas, a ajuda da tecnologia é de grande valia! A capacitação dos professores para um olhar mais aguçado para a saúde emocional com certeza ajudará a prevenir problemas futuros.