Reginaldo José Schollemberg (*)
A transformação digital está aumentando de forma sensível as demandas por software, mas, ao mesmo tempo que as empresas precisam ser ágeis para manter os seus softwares e negócios atualizados, falta mão de obra experiente para suprir as demandas.
O gap está cada vez mais oneroso para o empresário do setor de software e o cenário apresenta uma verdadeira “dança das cadeiras”: desenvolvedores, raros no mercado, passaram a ser disputados, criando um movimento de turnover intenso, o que prejudica sensivelmente o andamento dos projetos.
Esse movimento acontece de forma interessante; outros países vêm buscar no Brasil profissionais das capitais; as empresas das capitais buscam profissionais do interior; e as cidades do interior têm que buscar sua própria formação. E o mais interessante disso é que, com o trabalho remoto, o profissional ganha mais e permanece na sua região com um custo de vida mais barato.
Além de todo o problema relacionado à escassez de profissionais e à preparação do desenvolvedor de software, o empresário vai precisar enfrentar outros desafios. A evolução e a complexidade tecnológicas, por exemplo, impactam significativamente na preparação dos profissionais. Já parou para pensar se seus softwares estão preparados para os avanços tecnológicos? Ou, o que é melhor: formar mais desenvolvedores ou aumentar a produtividade do time?
. Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço – Este ditado nunca serviu tão bem. O mercado é caracterizado por empresários que, de um lado, não se preocupam em automatizar a codificação, o seu chão de fábrica, mas vendem ao mercado a necessidade de automatização ou robotização como essência para ter resultado, vendendo seus produtos ou serviços.
A maioria dos empresários do setor enxerga o desenvolvimento de software como uma arte, algo que só pode ser feito de forma artesanal e, neste caso, deveria se separar: a arte de pensar a solução e o trabalho artesanal de codificar.
De fato, a codificação de forma geral está sendo realizada de forma manual; existem pequenas agilizações – como copiar e colar ou reaproveitar código. De resto, há muito trabalho repetitivo sendo feito de diversas maneiras, sem padrões, e encontramos verdadeiras construções complexas ao olhar a codificação.
Uma empresa nos tempos atuais fica vulnerável sem uma ferramenta que lhe dê produtividade para atender às demandas dos clientes e estar tecnologicamente atualizada. Deixemos o romantismo de lado sobre a codificação, escrever o código é trabalho braçal, não é arte, pode e deve ser automatizado, só assim criaremos a era da indústria 4.0 do desenvolvimento.
(*) – É COO da Mapper Idea e associado da Assespro-PR/Acate.