A cada dia, fábricas do mundo todo adotam novas tecnologias e seguem tendências visando transformar processos e otimizar ainda mais a produção. Desde o começo da pandemia, os fabricantes e consumidores têm visto uma grande escassez de alguns produtos bem específicos, como é o caso dos chips para sistemas eletrônicos. Esse problema criou um imenso gargalo na manufatura e uma pressão enorme em diferentes empresas e países.
O aumento da demanda, os problemas na cadeia produtiva e a escassez de materiais brutos contribuíram para uma mudança de pensamento radical nas empresas, o reshoring para os países de origem das multinacionais começou a se tornar mais vantajoso. Esse conceito, nada mais é do que a re-nacionalização das fábricas das multinacionais para os países de origem. Ou seja, é o retorno de empresas alemãs para a Alemanha, abrindo mão das instalações em países do sudeste asiático, por exemplo.
Além disso, notícias de ataques de ransomware contra empresas e fábricas têm acendido um alerta em empresas de todo o mundo sobre cibersegurança. Em 2021, a empresa Colonial Pipeline foi atacada por um grupo de hackers russos por meio da rede VPN usada pelos trabalhadores para acessar remotamente seu sistema. Com isso, faz-se cada vez mais importante um investimento em sistemas de segurança sólidos e recorrentemente testados.
Veremos também o uso contínuo da manutenção preditiva, visto que ela tem ganhado cada vez mais espaço e atenção nas fábricas por ajudar a coletar dados de diferentes aspectos do processo de manufatura industrial. Agora não é mais necessário contar com manutenções periódicas baseadas no calendário, o desempenho da peça ou equipamento é o que dita o ritmo das visitas do técnico. Isso, a longo prazo, representa economia de recursos, já que muitas revisões são eliminadas da rotina e os erros são mitigados pela análise precisa dos equipamentos.
Além disso, podemos citar a sustentabilidade, que já não é mais uma peça de propaganda para as multinacionais, é agora uma preocupação real e palpável para a maioria dos negócios ao redor do mundo, e também a robótica colaborativa aplicada dentro da indústria 4.0, que fez com que os cobots parassem de trabalhar como humanos e passaram a funcionar com humanos, lado a lado nas linhas de produção, auxiliando em diversas atividades, como manusear, soldar, paletizar, parafusar, montar, visualizar e testar novas soluções, totalmente integrados.
Por fim, concluo que as inovações tecnológicas passaram a fazer parte do setor industrial e agora, as empresas que não se adequarem a essa nova realidade, ficarão para trás e perderão mercado para os seus concorrentes, visto que elas trazem inúmeros benefícios para os negócios. Portanto, fiquem atentos ao que está por vir e estejam abertos a grandes transformações.
(Fonte: Bruno Zabeu é Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos).