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China apresenta o rival do ChatGPT

em Tecnologia
quarta-feira, 22 de março de 2023

A Baidu, gigante chinesa da área de tecnologia da informação, apresentou seu software de inteligência artificial similar ao ChatGPT, o Ernie.

Vivaldo José Breternitz (*)

Ao que parece, os investidores não ficaram muito impressionados com a exibição das habilidades linguísticas e matemáticas da ferramenta, pois as ações da empresa caíram 10% na bolsa de Hong-Kong logo depois da apresentação, estabilizando-se a seguir em queda de 7%.

A Baidu entrou na corrida global para desenvolver softwares que concorram com o ChatGPT, tendo outras empresas chinesas como Alibaba, ByteDance e Tencent anunciando projetos semelhantes.

Mas o Ernie, apresentado em um evento para a imprensa em Pequim, ficou aquém das expectativas, com o cofundador e executivo-chefe da empresa, Robin Li, exibindo apenas uma demonstração pré-gravada dos recursos do software, não interagindo com ele ao vivo.

A empresa mostrou ao público um vídeo do Ernie respondendo a perguntas sobre o popular romance de ficção científica chinês “The Three-Body Problem” e gerando um resumo da trama. Ele também exibiu as algumas habilidades matemáticas da ferramenta e gerou áudio em alguns dialetos do idioma chinês.

Li disse que a tecnologia ainda apresenta falhas, mas estava sendo lançada para atender à grande demanda dos clientes, que buscam alternativas ao GPT, que é proibido na China, embora alguns usuários driblem a proibição utilizando redes privadas virtuais.

Restrições americanas à exportação de tecnologias ligadas à produção de chips podem dificultar o desenvolvimento do Ernie e sistemas similares, embora Robin Li tenha dito que não se deve olhar para a tecnologia através das lentes das tensões China-Estados Unidos e que Ernie não é uma ferramenta de confronto entre esses países.

Apesar disso, é oportuno lembrar que o presidente chinês Xi Jinping disse recentemente que a China precisa se tornar autossuficiente em termos de ciência e tecnologia.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.