A OpenAI acaba de lançar a GPT Store, um marketplace onde os usuários pagos do ChatGPT podem comprar e vender chatbots com finalidades específicas, construídos com as ferramentas da empresa.
Vivaldo José Breternitz (*)
A empresa, que com seu produto extremamente popular, o ChatGPT, ajudou a impulsionar o boom de inteligência artificial, já oferece chatbots personalizados através do seu serviço pago ChatGPT Plus.
A nova loja permitirá que os usuários ofereçam e monetizem uma variedade ampla de chatbots, funcionando de maneira similar às lojas de aplicativos para celulares. Lembremo-nos que a criação desses lojas, como a Apple Store, por exemplo, foi essencial para o desenvolvimento do mercado de smartphones.
Exemplos dos chatbots que poderão vir a ser desenvolvido, estão modelos para criação de planos de aula, redação de textos, tradução e outros. No anúncio do lançamento da GPOT Store, a OpenAI disse que mais de três milhões desses chatbots já foram criados.
A GPT Store estava originalmente programada para ser aberta em novembro passado, mas o período tumultuado que a empresa passou forçou o adiamento. Nesse período, o conselho da OpenAI demitiu o CEO Sam Altman, que retornou ao cargo uma semana depois, após ameaças saída em massa de funcionários.
Ainda não estão definidas as regras para compartilhamento da receitas decorrentes da venda dos chatbots – esses deverão ser divididos entre os criadores e a empresa, como ocorre com os aplicativos disponíveis nas lojas, embora possam existir aplicativos e chatbots gratuitos.
A OpenAI pediu aos desenvolvedores para que seus chatbots estejam em conformidade com as políticas de uso e diretrizes de marca do GPT – a Apple, por exemplo, tem critérios rigorosos, inclusive testando os aplicativos que são disponibilizados em sua loja.
Alguns pontos ainda não estão claros, como eventual responsabilidade por violação de direitos autorais, mas isso deverá ir se aclarando nas próximas semanas.
É importante acompanhar o assunto, pois a GPT Store pode ter um impacto violentíssimo no mundo dos chatbots e nas formas pelas quais empresas e pessoas trabalham.
Devemos lembrar-nos também das afirmações do diretor de operações da OpenAI, Brad Lightcap, que disse em entrevista à CNBC que ferramentas desse tipo devem ser usadas com muita cautela, pois ainda não estão maduras.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.
