Em um momento em que a economia emite sinais contraditórios ao redor do mundo, em que parece haver pleno emprego em alguns lugares, ameaça de crises graves em outros, bolsas com comportamento errático etc., surge no horizonte mais um sinal negativo: as vendas de robôs industriais, nos Estados Unidos, caíram fortemente no segundo trimestre de 2023.
Vivaldo José Breternitz (*)
Essa informação é preocupante, pois sinaliza problemas para a indústria como um todo, que se forem confirmados podem afetar outros setores da economia, inclusive com reflexos no Brasil, onde a queda de 15% na demanda por crédito, no primeiro semestre, também é um sinal de alerta.
Quem nos diz isso é a americana Association for Advancing Automation (A3) que informa ter havido uma queda de 37%, em quantidade, em relação ao mesmo período de 2022; em valores, essa queda foi de 20%, ainda um número considerável – foi a segunda queda consecutiva.
Considerando-se o primeiro semestre como um todo, houve uma queda de 29% em relação ao primeiro semestre de 2022. Nos seis primeiros meses de 2023 foram vendidos 16.856 robôs nos Estados Unidos – em 2022 esse número foi 44.196, um recorde, com um aumento de 11% em relação a 2021.
Segundo a A3, a queda que acontece após um período de vendas recorde não é uma surpresa, também em função da atual diminuição no ritmo dos negócios e das altas taxas de juros. A entidade diz não haver razão para pânico em função desses números, especialmente porque a robótica está chegando a ramos onde não estava presente de forma intensiva, como na fabricação de semicondutores, eletrônicos, remédios e artigos de plástico e borracha.
Como de praxe, a sugestão é monitorar o cenário de forma cuidadosa.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas