
A Meta acaba de anunciar um projeto que prevê o lançamento de um cabo submarino de mais de 50 mil quilômetros, a ser utilizado para transmissão de dados.
Vivaldo José Breternitz (*)
O cabo, chamado Waterworth, dará a volta ao mundo, conectando a Costa Leste dos EUA ao Brasil, África do Sul, Índia e Austrália, chegando então à Costa Oeste dos EUA. Todos esses pontos já são servidos por cabos submarinos, mas o Waterworth será o primeiro a conectar diretamente o Brasil à África do Sul e a Índia à Austrália, além de ter uma capacidade de transmissão de dados maior que a dos cabos atuais.
Comentários dão conta que a gigante das mídias sociais está desenvolvendo este projeto para ter sua própria infraestrutura de cabos, passando a depender menos de cabos de terceiros e evitando pontos críticos em termos geopolíticos. Nos últimos meses, houve vários incidentes com cabos submarinos que teriam sido cortados por navios de carga civis de alguma forma ligados à Rússia e a China.
Ao que consta, o Waterworth empregará uma tecnologia que conferirá maior vida útil ao cabo, que deverá correr por águas profundas, às vezes a profundidades de cerca de sete mil metros, tornando-o mais difícil de ser sabotado. Nas proximidades das costas, o cabo usará “técnicas avançadas de sepultamento” para evitar, além de sabotagem, danos causados involuntariamente por navios.
Segundo a Meta, o novo cabo permitirá uma maior cooperação econômica, facilitará a inclusão digital e abrirá oportunidades para o desenvolvimento tecnológico nas regiões pelas quais passará.
Em tese é uma excelente notícia, pois comunicações melhores são boas para todos.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.