O Brasil pretende impor o padrão USB-C aos aparelhos da Apple. Saiba como isto pode facilitar sua vida e quais riscos o USB-C representa.
Muitos países já tentam forçar a Apple a usar conectores do tipo USB-C em iPhones – e o Brasil quer acompanhar esta tendência. Mas, apesar da portabilidade e da conveniência, conectores USB-C também apresentam perigos (como o juice jacking, por exemplo).
Vantagens e desvantagens do USB-C
Os conectores USB-C (Universal Serial Bus, ou “barramento serial universal”) são padrões de cabos USB criados para oferecer praticidade, eficiência e dinamismo a uma infinidade de dispositivos.
Entre as principais vantagens dos conectores deste tipo estão a alta taxa de velocidade de transferência de dados, eficiência elétrica e compatibilidade com uma ampla gama de aparelhos. A padronização USB-C ajuda a criar uma “base” para diferentes equipamentos, o que facilita a vida do usuário final (que não precisa lutar com uma série de conectores diferentes).
Só que o USB-C não é um consenso. A Apple não adota o conector como padrão, e isto tem sido motivo de disputa jurídica com vários governos.
Ao invés do padrão USB-C, a Apple usa um conector diferente, o Lightning (a partir do iPhone 5), como padrão para iPad, iPod e iPhone. Lançado no mercado em 2012 como substituto para o antigo conector Dock, tem tamanho consideravelmente menor.
O Lightning é usado para recarregar aparelhos, transferir arquivos (como áudio e vídeo) e conectar periféricos da Apple (ou compatíveis com eles). A principal diferença entre o Lightning e os conectores do tipo USB é que eles podem ser conectados nos dois sentidos.
A ação dos países da União Europeia
A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, caminha em direção a uma legislação que tem como objetivo forçar fabricantes como a Apple a equipar os dispositivos com portas de padrão USB-C.
Legisladores da União Europeia argumentam que a medida visa reduzir impactos ambientais, cortar gastos, facilitara vida dos usuários e obrigar as fabricantes a adotar padronizações mais eficientes e versáteis.
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) abriu uma nova proposta que exige que smartphones e outros dispositivos comercializados no Brasil adotem a entrada USB-C (exceto para aparelhos que contam com opção de recarga totalmente wireless).
De forma similar às propostas nos Estados Unidos e na União Europeia, a Anatel tem como objetivo garantir mais conveniência, comodidade e eficiência para os consumidores, além de colaborar na redução de lixo eletrônico global.
Ainda não há nenhuma legislação em vigor, mas o debate já foi aberto e parece haver um indício claro de que as autoridades no Brasil querem consonância com o que já está sendo decidido nos EUA e nos países da União Europeia.
Entre os possíveis impactos para a Apple está a necessidade de precisar readaptar toda uma linha de produtos que ainda usam o conector Lightning como padrão. Além disto, a empresa pode perder uma parte significativa da receita, já que seus conectores próprios são muito mais caros que as opções dos competidores que já usam o USB-C.
A Apple pode precisar reconsiderar toda estratégia de produção caso as legislações sejam efetivas. Entretanto, esta já parece ser uma decisão tomada – e a gigante vai ter que se curvar, aparentemente.
Como os usuários podem se beneficiar
Para os usuários, a mudança é extremamente positiva: reduz custos e facilita a rotina, principalmente para quem usa aparelhos de diferentes fabricantes.
Mas o uso dos conectores USB-C também apresenta perigos, como o juice jacking, que é quando hackers invadem hacks em centrais elétricas com entradas USB, conseguindo roubar dados pessoais das vítimas através de vários tipos de malware.
Então, é essencial investir em mecanismos que melhoram a segurança dos dispositivos, periféricos e conectores, como software VPN. No mercado, há opções de VPN para iPhone. Uma VPN criptografa a conexão e ajuda a proteger seus aparelhos contra invasores e perigos no uso do USB-C, como juice jacking.