O portal queniano The Nation noticiou que o acidente com um avião da Ethiopian Airlines acontecido em 2019 e que matou 157 pessoas, foi causado por uma falha no software da aeronave.
Vivaldo José Breternitz (*)
A informação foi dada pelo ministro dos transportes da Etiópia, citando o relatório final que traz as conclusões dos especialistas que analisaram o acidente.
A queda do Boeing 737 MAX, que voava para Nairobi, seis minutos após a decolagem de Addis Abeba, matou todos os passageiros e tripulantes a bordo e exigiu a retenção no solo, por vinte meses, de todos os 737 MAX que estavam em operação, gerando a pior crise da história da Boeing.
O acidente ocorreu apenas alguns meses após a queda, em outubro de 2018, de um 737 MAX operado pela empresa indonésia Lion Air. Esse novo acidente matou 189 pessoas e aconteceu momentos depois o avião decolar de Jacarta.
Ambos os acidentes foram similares: os aviões mergulharam para o solo descontrolados, de nariz, após fazerem subidas e descidas erráticas, a velocidades variáveis, antes de cairem. Os investigadores atribuíram esses movimentos a falhas do Maneuvering Characteristics Augmentation System – MCAS, um sistema de segurança automático que deveria realizar correções de trajetória em caso de violação de determinados parâmetros em manobras de mudança de altitude e direção.
Após os dois acidentes, a produção e as entregas do 737 MAX foram suspensas e as aeronaves foram gradualmente autorizadas a voar novamente a partir do final de 2020, depois que a Boeing fez as correções necessárias.
Além dos prejuízos decorrentes da paralisação das entregas dos aviões, a Boeing acabou dispendendo cerca de US$ 3 bilhões para pagamento de indenizações e multas e, ao que parece, as disputas judiciais ainda não estão totalmente encerradas.
Desde a década de 1970 – quando o DC-10 da McDonnell Douglas sofreu sucessivos desastres, nenhum outro novo modelo de aeronave esteve envolvido em dois acidentes fatais em um período tão breve.
(*) é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.