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Bets: um problema cada vez mais sério

em Tecnologia
quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

É muito triste constatar que a tecnologia permitiu a disseminação de um mal que está destruindo muitas famílias, as apostas online, ou “bets”.

Vivaldo José Breternitz (*)

Segundo pesquisa encomendada pela Febraban, 40% dos brasileiros fazem apostas online ou têm algum apostador dentro de casa; outros 21% afirmam que já apostaram, mas não o fazem mais.

Foram ouvidas duas mil pessoas no mês de outubro, e o estudo revela que 45% da população conhece alguém (familiares ou pessoas próximas) que tiveram a qualidade de vida ou a vida familiar impactada por dívidas feitas em função dessas apostas.

O futebol concentra mais da metade das apostas (60%). Os meios de pagamentos usados para jogar são pix (79%), cartão de crédito (24%), cartão de débito (18%) e transferência bancária (17%).

O estudo deixou claro que 66% da população quer ações firmes para a regulação das plataformas de apostas online, inclusive com a proibição de propaganda de bets, como aconteceu com os cigarros em 2000.

No geral, a maioria dos brasileiros (85%) diz que confia pouco ou não confia nas plataformas de apostas; de forma aparentemente contraditória, 40% acreditam que as apostas podem trazer ganho financeiro rápido e 11% afirmam que são motivados pela chance de ganhar muito investindo pouco.

De qualquer forma, é lamentável que organizações como essas prosperem, apesar de já ser notório que prejudicam a população, especialmente as pessoas mais pobres, que tem ligações com o crime organizado e que o jogo incentive a corrupção no esporte, através da fabricação de resultados.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].