A expressão “quântica” é muito utilizada por aqui no oferecimento de serviços suspeitos: “medicina quântica”, “terapia quântica” e similares.
Vivaldo José Breternitz (*)
A divulgação desses serviços é feita recorrendo-se a um conjunto de ideias pseudocientíficas, amplamente reconhecidas na comunidade científica pela ausência de sentido – isso quando seus praticantes não são, simplesmente, vigaristas buscando ganhar dinheiro com a ignorância da maioria.
No entanto, cientistas sérios têm buscado na física quântica soluções para alguns problemas reais, como o tempo necessário ao carregamento das baterias de veículos elétricos, muito maiores que o necessário ao abastecimento de um veículo convencional através das bombas de nossos postos.
Um grupo de cientistas do Center for Theoretical Physics of Complex Systems, criado na Coréia do Sul em 2014, está trabalhando no assunto, inspirados por um estudo de 2012, que propôs um conceito de bateria quântica que poderia oferecer várias vantagens em relação às convencionais, dentre estas, o carregamento mais rápido.
Conduzindo uma série de experimentos teóricos, os cientistas descobriram que uma bateria do porte das atualmente utilizadas por veículos elétricos, poderia ser carregada em casa em três minutos, ao invés da dez horas usuais. Em estações de carregamento de alta velocidade, os tempos cairiam de meia hora para alguns segundos.
No entanto, por mais promissora que a ideia pareça, os cientistas alertam que ainda há muitos pontos a serem estudados, e que as tecnologias quânticas precisam de anos de pesquisa antes que possam ser introduzidas como uma alternativa comercial.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de IoT.
