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Balão chinês é abatido nos Estados Unidos

em Tecnologia
terça-feira, 07 de fevereiro de 2023

Durante a 2ª Guerra Mundial, os japoneses lançaram cerca de nove mil balões carregados com explosivos, esperando que o vento levasse esses balões até os Estados Unidos, onde, ao caírem, provocariam incêndios. Alguns desses engenhos causaram alguns danos de muito pequena monta.

Vivaldo José Breternitz (*)

Há alguns dias, a imprensa americana noticiou, com um certo gostinho de “deja vu”, que um balão espião chinês estava sobrevoando os Estados Unidos e que não foi imediatamente abatido em função da preocupação com danos que a sua queda poderia causar; o balão era muito grande, segundo a imprensa, “quase do tamanho de três ônibus escolares”.

No sábado passado, no entanto, quando o balão sobrevoava o mar a uma altitude de quase 20 mil metros, foi derrubado por um míssil Sidewinder lançado por um caça F-22 Raptor, tendo caído a cerca de 10 quilômetros da costa, onde a profundidade é de aproximadamente 15 metros.

A Marinha e a Guarda Costeira americanas estão tentando recuperar os restos do aparelho, tentando descobrir para que ele realmente servia.

O governo chinês disse que o aparelho era usado “primariamente” para pesquisas meteorológicas, e que a entrada no espaço aéreo americano não foi intencional; afirmou também que o balão não era dirigível. No entanto, o Secretário de Estado americano Antony Blinken desmentiu os chineses, declarando que seu governo tinha certeza que o balão era utilizado para fins de espionagem e cancelou uma visita que faria à China nos próximos dias.

É mais um evento ligado a tensões entre China e Estados Unidos, que vem crescendo desde outubro, quando os americanos começaram a limitar a exportação de chips e tecnologia da área de computação ao país asiático, buscando reduzir a velocidade do desenvolvimento de programas militares e impactar o desempenho da indústria chinesa de smartphones, computadores e equipamentos similares.

Essas tensões estão fazendo com que políticos americanos voltem a falar no banimento do aplicativo chinês TikTok, alegando que ele pode ser usado para espionagem e propaganda.

Na polarizada frente interna americana, políticos republicanos afirmaram que jamais Trump permitiria que balões chineses sobrevoassem o país sem abatê-los imediatamente; no entanto, a agência Associated Press disse que isso aconteceu pelo menos três vezes sem que providências tivessem sido tomadas.

São batalhas das guerras comercial e política.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.