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Armas inteligentes de uso pessoal podem estar chegando ao mercado

em Tecnologia
terça-feira, 18 de janeiro de 2022

Armas inteligentes de uso pessoal, que podem ser disparadas apenas por usuários verificados, podem estar chegando aos mercado americano, onde vem sendo chamadas “smart guns”.

Vivaldo José Breternitz (*)

Essas armas pretendem impedir que pessoas não autorizadas as utilizem, evitando que crianças, criminosos ou pessoas não treinadas causem acidentes ou cometam crimes.

Existem duas maneiras principais pelas quais as armas inteligentes podem verificar quem as pretende utilizar. Na primeira, o usuário apenas pode disparar a arma caso esteja usando um dispositivo vestível como uma pulseira, relógio, anel ou outro, que se conecta à arma por radiofrequência (RFID) e libera-a para uso.

A segunda usa a tecnologia de reconhecimento biométrico, que ativa a arma após identificar características biológicas do usuário, como impressão digital, impressão da palma da mão ou empunhadura.

A National Rifle Association of America (NRA), uma poderosa organização que tem como objetivo maior defender o direito dos cidadãos americanos de possuírem e portarem armas, diz não se opor ao desenvolvimento de armas inteligentes, mas se opõe a qualquer lei que proíba o acesso do cidadão a armas convencionais.

A National Shooting Sports Foundation (NSSF), uma organização americana que reúne   fabricantes, distribuidores, varejistas, clubes de tiro e mídia de armas de fogo, levanta preocupações sobre a confiabilidade das novas tecnologias e diz que os proprietários de armas podem ser colocados em situações de vida ou morte que exigiriam reações rápidas, que poderiam não ser possíveis com as armas inteligentes.

De qualquer forma, fabricantes seguem desenvolvendo essas armas: a Biofire, uma empresa sediada no Colorado, está desenvolvendo armas inteligentes com tecnologia de autenticação via impressão digital; outro fabricante, a LodeStar Works planeja lançar uma arma inteligente com tecnologia RFID e já apresentou uma pistola inteligente de 9 mm a acionistas e investidores. Outra empresa, a SmartGunz LLC, informa que forças de segurança estão testando uma arma que ainda está sendo desenvolvida.

Como o debate sobre a posse de armas por cidadãos comuns parece muito longe de terminar, é oportuno lembrar que segurança nunca é demais e espera-se que essas novas tecnologias ajudem a evitar crimes e acidentes.

(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor de empresas.