331 views 3 mins

Aquele cheiro de carro novo pode ser perigoso

em Tecnologia
terça-feira, 17 de outubro de 2023

Quando compramos um carro novo, a primeira coisa que provavelmente percebemos é aquele cheiro marcante, especial, que tem o interior do carro.

Vivaldo José Breternitz (*)

É difícil definir esse cheiro, mas quase todos o acham bastante agradável; alguns até usam produtos para tentar trazê-lo de volta quando ele desaparece.

O cheiro que chamamos de cheiro de carro novo é na verdade resultado de um fenômeno chamado “off-gassing”; esse fenômeno é resultado da liberação gradual, na forma de gases, dos revestimentos utilizados em metais, plásticos, tecidos, bancos de couro e outros itens que compõem o interior dos carros.

Quando dentro do veículo, inalamos todos esses gases, cujo conjunto gera o cheiro de carro novo. Como esses revestimentos são quase sempre os mesmos para todos os tipos e marcas de veículos, o cheiro de carro novo é sempre muito parecido.

Esse odor, que só desaparecerá quando esses gases deixarem de ser gerados, pode ser perigoso para a saúde, por ser originário de produtos químicos. Dependendo das características de cada pessoa, ele pode gerar irritação da pele, náuseas, dificuldades respiratórias e incômodos no nariz e na garganta. Como a cabine de um carro é um ambiente fechado, se a pessoa tiver sensibilidade para os odores dos produtos químicos empregados pode ser atingida de forma rápida e intensa, o que pode ser perigoso.

Mesmo que gostemos do cheiro de carro novo, ficar em um ambiente como esse por muito tempo não é uma boa ideia, mesmo que não sintamos nenhum efeito imediato – pesquisadores da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Beijing encontraram indícios de que os gases liberados no interior do veículo podem gerar câncer em pessoas os inalarem por muito tempo.

Por essa razão, recomenda-se que ao adquirirmos cum carro zero, devemos areja-lo um pouco, dirigindo com os vidros abaixados e com o ar condicionado ligado. Fazendo-se isso, o cheiro começa a desaparecer e eventuais efeitos colaterais devem cessar gradualmente.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.