Fintech Asaas, focada em micro e pequenos empreendedores, registrou um aumento de 167% na demanda pela antecipação de recebíveis em 2020. Modalidade ajuda a manter capital de giro em ordem com menos gastos e burocracias do que empréstimos.
Apesar de ser essencial para o crescimento dos negócios, o acesso a crédito costuma ser um dos desafios enfrentados pelas micro e pequenas empresas. Além da burocracia dos bancos, as altas taxas de juros e os riscos envolvidos acabam afastando empreendedores, que nem sempre contam com garantias ou analistas para avaliar riscos. Nesse contexto, a antecipação de recebíveis tem crescido como alternativa de crédito. Em 2020, a fintech Asaas teve um aumento de 167% no número de clientes usando a modalidade e antecipou mais de R$ 51 milhões.
Na pandemia, a antecipação tem sido uma maneira de ajudar pequenos negócios que não conseguiram acessar outras formas de crédito. De acordo com pesquisa do Sebrae e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apenas 16% das 6,7 milhões de micro e pequenas empresas que solicitaram crédito nos primeiros meses de isolamento social conseguiram obter o dinheiro. Por outro lado, as startups especializadas em antecipação de recebíveis tiveram um aumento de 70% na procura, segundo estimativa da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
“Essa modalidade de crédito pode ser essencial para que os negócios mantenham seu fluxo de caixa em dia mesmo durante um período de crise, conseguindo pagar suas contas e atender às necessidades urgentes sem o risco de se endividar que poderia vir de um empréstimo”, explica Eduardo Kruger, diretor de produto do Asaas, fintech que oferece uma conta digital completa focada em micro e pequenos empreendedores, incluindo antecipação de recebíveis para pagamentos via boleto bancário e cartão de crédito. No ano de 2020, os valores antecipados pela fintech cresceram mais de 200% em relação a 2019.
“A antecipação de recebíveis é uma operação de crédito que permite que a empresa receba imediatamente, à vista, valores de pagamentos de clientes que foram parcelados ou só entrariam no caixa depois de um tempo”, explica Guilherme Panizzon, product manager no Asaas.
Para oferecer essa opção, algumas instituições financeiras cobram apenas as taxas de juros e de operação relacionadas ao pagamento que foi antecipado, o que geralmente é muito inferior aos juros decorrentes de empréstimos. No caso das fintechs, todo processo costuma ser bem simples e rápido, bastando uma aprovação preliminar, já que se trata de uma operação de menor risco.