Nestes tempos de rápida evolução da tecnologia, as atividades de espionagem também parecem estar aumentando rapidamente.
Vivaldo José Breternitz (*)
Nessa linha, três pessoas suspeitas de roubar novas tecnologias de uso militar para a China foram presas recentemente na Alemanha. Promotores afirmam que os indivíduos, que vem sendo chamados Thomas R, Herwig F e Ina F, atuavam para a inteligência chinesa desde junho de 2022.
Ao que consta, Thomas R, era o responsável por passar as informações obtidas pelo grupo a um funcionário do governo chinês, como noticiou a ABC News. Dentre os alvos dos espiões estavam tecnologias ligadas ao uso de raios laser e à melhora da performance de navios de guerra.
As prisões ocorreram uma semana depois da visita do chanceler alemão Olaf Scholz à China. Durante sua visita de três dias, Scholz pressionou o governo daquele país para que deixasse de apoiar os russos em seu ataque à Ucrânia, combatesse o roubo de propriedade intelectual e abandonasse práticas comerciais predatórias.
A ministra do Interior, Nancy Faeser, classificou as prisões como um “grande sucesso para a nossa contraespionagem”, enfatizando que as tecnologias inovadoras alemãs roubadas pelos agentes chineses eram “particularmente sensíveis”.
A Alemanha parece estar muito atenta à espionagem, o que pode ser tranquilizador para grandes empresas de alta tecnologia que possuem planos avançados para se instalar no país, dentre as quais a Intel e TSMC, da área de semicondutores.
As prisões tornaram-se públicas dois dias depois da prisão de dois supostos agentes russos, que também atuavam na Alemanha, planejando sabotar o processo de ajuda militar que o país vem prestando à Ucrânia.
Em um cenário como esse, James Bond certamente não ficaria desempregado.
(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas – [email protected].