O principal propósito da neurociência é ajudar a esclarecer o que acontece no cérebro humano. Com isso, o neurocientista Fabiano de Abreu conta que a neurociência está por trás de muita coisa que as pessoas não sabem, como por exemplo, o uso viciante das redes sociais.
“O próprio Facebook já revelou que utiliza a neurociência para que as pessoas fiquem cada vez mais conectadas nas redes sociais e, isso vem crescendo”, fala Abreu.
Segundo Fabiano, mais do que nunca as empresas estão precisando de um direcionamento correto sobre o comportamento do cérebro humano. “Uma propaganda de cerveja na pandemia, por exemplo, onde o público está dividido; filmamos pessoas no bar quando se pede para ficar em casa, ou em casa quando alguns pedem para irmos às ruas. O comercial do Burger King por exemplo, faz-se um comercial pensando num intuito, mas as consequências importam? Mas quais consequências importam? É relativo à mensagem que quer passar, ao público que quer atingir e às consequências que vai enfrentar. Tem que ser feito um estudo antes. Não estou aqui dizendo se estão certos ou errados, estou apenas contando como funciona o processo”, explica o neurocientista.
O que é ser um neurocientista?
“Um neurocientista não é quem tem uma pós-graduação em neurociência apenas. Para ser considerado um neurocientista mediante às exigências internacionais, a pessoa precisa ter uma graduação equivalente; médico, psicólogo, biólogo, graduações que dêem toda a base para o aprofundamento necessário. E não somente isso, um neurocientista é quem tem artigos científicos aprovados e publicados em revistas científicas válidas, não apenas estudos comprovados, como também descobertas, experimentos, pesquisas, entre outras exigências e registros para ser considerado um neurocientista. Precisa estar ativo, vinculado a uma universidade com permissão de pesquisas ou a um Centro de Pesquisas.”
O que é esse serviço de propaganda e neurociência?
“A produtora me contrata para que, com os meus conhecimentos como neurocientista, possa dizer o melhor caminho para ser tomado, para que chame atenção das pessoas. Principalmente na pandemia e em um país que está muito dividido. É muito difícil para a publicidade saber o que colocar em uma campanha, propaganda ou anúncio, porque se preocupa se vai ofender um público ou o outro e querem agradar a maior parte possível, ou, quer agradar àquele tipo de público que interessa”, diz o pesquisador.
Conforme Abreu, o Burger King é um ótimo exemplo para se mencionar, já que agradou uma parte e desagradou a outra, são cuidados que a propaganda deve ter nos dias de hoje.
“Mas tenho que enfatizar que não é a neurociência de qualquer neurocientista que pode trabalhar e contribuir com as nuances que as produtoras estão vivendo, e sim doutores neurocientistas em que a formação básica é medicina, biologia ou psicologia e tem que estar a frente de linhas de pesquisas que é o que configura um verdadeiro neurocientista”, esclarece Fabiano.
De acordo com o pesquisador, ele é contratado para dar consultoria de projetos que podem oferecer o melhor caminho. “Mais do que nunca a neurociência se tornou quase obrigatória nas empresas de publicidade, para então saber qual o melhor caminho a se traçar”, finaliza.