O momento é de preocupação, não há dúvidas. Mas há setores aos quais a pandemia do Coronavírus não trouxe somente más notícias, aliás, gerou bom crescimento
Ana Paula Thesing (*)
O e-commerce é um ótimo exemplo: segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), da segunda quinzena de março para cá diversas lojas deste segmento registraram aumento de mais de 180% em vendas, especialmente em alimentos, bebidas, artigos de saúde e beleza.
Com isso, a entidade já prevê que, em todo 2020, a expectativa de expansão da área, inicialmente projetada para alta de 18%, gerando receitas de R$ 106 bilhões, deva ser ainda maior.
Como fomentar ainda mais este setor? A resposta está nos dados. Ou melhor: na análise inteligente e no uso estratégico deles.
Para tanto, a tecnologia de Business Intelligence é uma forte aliada. Associado às vendas online, o BI se traduz em ganho de sabedoria estratégica, o que, em outras palavras, quer dizer diretamente compreensão de mercados e desenho de ofertas exatas para incremento de receitas.
Bem utilizado, um sistema de BI trará a possibilidade de análises que resultarão em insights que, por fim, gerarão decisões e ações certeiras. Mas, de que forma?
Vamos a algumas maneiras como o BI pode ajudar o e-commerce:
1. Personalização
Quando você fala, fala com alguém. Sim, com alguém, e não com alguénS. Assim, conseguir personalizar a comunicação com o cliente final, ainda que se dirigindo a um público massivo, é uma arte que o Business Intelligence pode auxiliar a lapidar.
Com o uso do BI, as empresas do comércio eletrônico podem entender melhor seus consumidores, fazendo segmentações assertivas e comunicando-se com cada grupo de forma que estreite o relacionamento, gerando mais empatia, confiança e vendas.
2. Menos custos operacionais
Quem não precisa cortar custos, especialmente em momentos como o da atual pandemia? Com a análise de informações possibilitada pelo BI, inclusive sobre as áreas de negócio, é mais fácil e rápido entender processos e identificar gargalos, sanando o que for preciso antes que gere custos – ou, ainda melhor, identificando pontos de melhoria que podem tornar os mecanismos atuais ainda melhores, a ponto de trazer tanto economia, quanto aumento de ganhos.
Seja no comercial, na logística, na distribuição, no marketing: onde houver o que melhorar, o BI ajudará a apontar, e isso será o passo principal para alcançar o estado da arte na execução dos negócios.
3. Oportunidades
Que a crise da Covid-19 gera uma enorme oportunidade de venda online, visto o isolamento social que impede as pessoas de irem às compras físicas, não é mais novidade para ninguém. Mas dentro deste campo macro, há diversas outras oportunidades a serem notadas para maximizar o aproveitamento do momento.
Dados concretos embasam decisões eficientes, dando às companhias visões corretas sobre cada campo em que investir esforços.
4. Omnichannel
Eu sei, não é hora de falar em comércio físico. Mas toda empresa que tenha as duas operações – física e online – precisa avaliar o que deixou de ser atendido na primeira para ampliar tal atendimento na segunda.
Assim, o consumidor fica bem atendido, não precisa procurar a concorrência e os ganhos aumentam. Equações que o e-commerce precisa calcular neste período.
5. Empoderamento
Por meio do BI, desde que seja de fácil uso, acessível a todas as áreas de negócio, os departamentos ganham poder de análise. Isso empodera usuários, fazendo com que passem a desempenhar seu trabalho diário em informações aprofundadas, que trarão mais acurácia, detalhamento e assertividade às decisões e ações.
No final, quem sai empoderado é o todo, ou seja: a empresa, reforçada pelo trabalho bem informado de todas as suas áreas, acerta nas estratégias, reforça a execução de suas ações, refina a mira nos mercados mais lucrativos, vende mais e cresce.
Mais crescimento, mercado aquecido, menos demissões – notícias das quais o momento precisa, e que o BI pode ajudar a alcançar.
(*) É CMO da BIMachine