Garantia de mercado para produtores de laranjasA Comissão de Agricultura da Câmara aprovou proposta que obriga as indústrias processadoras de laranja in natura financiadas pelo BNDES a comprar de produtores rurais pelo menos 40% da matéria-prima utilizada no processamento. O objetivo da proposta, segundo o autor, deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), é reverter a tendência de verticalização de certos segmentos agroindustriais, que visam ao autossuprimento dos produtos agrícolas de que necessitam. Relator na comissão, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) concorda que o poder de mercado exercido pelas indústrias processadoras de laranja tem se intensificado com a estratégia de verticalização adotada nos últimos anos. “Como consequência, os preços pagos ao produtor rural têm diminuído, comprometendo a viabilidade econômica da fruticultura e ameaçando excluir grande número de agricultores da cadeia produtiva da laranja”, disse. Conforme a proposta, a comprovação do cumprimento da obrigação ocorrerá a cada vencimento das parcelas dos financiamentos. O beneficiário que não cumprir a regra deverá quitar antecipadamente as parcelas a vencer do financiamento e ressarcir o Tesouro do valor correspondente às subvenções econômicas eventualmente incidentes sobre a operação. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Agricultura; de Desenvolvimento Econômico; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). Reforma política não é solução mágicaO ministro Gilmar Mendes, do STF, defendeu que cabe ao Congresso Nacional decidir sobre a reforma política, e não ao STF, e que isto deve ser feito com cautela e não como uma “solução mágica” para os problemas do país. Mendes proferiu a aula inaugural do Instituto Legislativo Brasileiro, falando sobre diversos aspectos da questão, incluindo o financiamento de campanhas, que está em discussão no Supremo e no Parlamento. Gilmar criticou a ideia da OAB de que só pessoas físicas possam doar, e sempre o mesmo valor, “independentemente de se tratar de um industrial ou um beneficiário do Bolsa Família”. Hospitais poderão ser obrigados a exibir tabela de preçosAna Volpe / Jornal do Senado Quem não tem plano de saúde e precisa de atendimento na rede privada de hospitais e clínicas é muitas vezes surpreendido pelo valor da conta. Isso porque os preços não são claramente divulgados. O projeto, que pode ser votado na quarta-feira (22) na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, pode acabar com esse problema. A proposta prevê que os estabelecimentos de saúde terão que exibir a tabela de preços dos serviços prestados. O projeto foi apresentado pelo ex-senador Jayme Campos. A relatora do texto, Ana Amélia (PP-RS) concordou com a ideia. Para ela, a divulgação prévia dos custos protege o consumidor em um momento particularmente complicado, uma vez que há a fragilidade causada pela doença. Outra proposta, que pode ir a voto na Comissão, é a que estende aos produtores e trabalhadores autônomos rurais o direito de receber o auxílio-acidente. Ao propor a nova regra, a senadora Ana Amélia disse ser preciso corrigir uma injustiça para com esses profissionais. Se o projeto virar lei, somente terão direito ao benefício os contribuintes individuais que além de recolherem para a Previdência uma alíquota equivalente a 23% sobre o salário de contribuição, provarem que trabalham no campo. A proposta, no entanto, foi modificada quando analisada em outras comissões. Desta forma, o texto mantém o benefício, mas determina que os empregados nesta situação receberiam um seguro especial de emergência, equivalente a uma parcela única no valor máximo de duas vezes o teto do seguro-desemprego, o que dá pouco mais de R$ 2 mil. Aos autônomos, por sua vez, seria concedido um crédito de emergência, como um empréstimo, com valor fixado em até três vezes o valor teto do benefício do seguro-desemprego (Ag.Senado). “Pedalada” nas contas públicas é crime premeditadoAlexssandro Loyola O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da Oposição, afirmou que Dilma, ao utilizar recursos de bancos públicos para melhorar de maneira enganosa as contas do governo, a chamada “pedalada fiscal”, cometeu um crime premeditado. Entre 2013 e 2014, a administração federal atrasou sistematicamente o repasse de recursos obrigatórios ao Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES para se aproximar da meta de superavit primário prometido. “A presidente da República e sua equipe econômica, desde seu primeiro mandato, se dedicaram a definir a forma de maquiar os dados públicos cometendo, assim, crime de responsabilidade fiscal, como apontou relatório aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e que foi enviado para o Ministério Público”, sentenciou o líder. Bruno Araújo diz não se espantar que a presidente Dilma tenha desrespeitado à Lei de Responsabilidade Fiscal, “uma vez que o seu partido, o PT, votou e sempre foi contra a LRF, instrumento que veio para moralizar as finanças públicas”. O deputado destacou também que, como o perfil da presidente da República é conhecido por todos como centralizador, é impossível que sua equipe econômica tenha feito essas “pedaladas”, sem o consentimento dela. “É claro que Dilma utilizou um “drible fiscal” de R$ 40 bilhões dos recursos do BNDES, Banco do Brasil e Caixa para melhorar ilusoriamente as contas do governo e isso, certamente, ela vai ter que responder em algum momento”, cobrou Bruno Araújo (psdbnacamara). | Aumentada a pena para receptação de mercadorias roubadasGustavo Lima / Ag. Câmara O Plenário da Câmara aprovou o projeto do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM), que aumenta as penas para o crime de receptação de mercadorias roubadas De acordo com o texto aprovado, a pena geral do crime passará a ser de 2 a 8 anos de reclusão e, no crime qualificado, de 3 a 10 anos de reclusão e multa. Atualmente, o Código Penal prevê pena de reclusão de 1 a 4 anos para o caso geral e de 3 a 8 anos para a receptação qualificada. O texto adotado é uma emenda relatada pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), em parecer pela Comissão de Constituição e Justiça. O deputado Subtenente Gonzaga (PDT-MG) apoiou o aumento de pena, lembrando que a receptação alimenta outros crimes, como furto e roubo. “Com a pena atual, compensa fazer a receptação em vez de comprar o produto no mercado”, disse. O deputado Moroni Torgan (DEM-CE) disse que, atualmente, o receptador sai em vantagem. “Não podemos admitir que o receptador dê uma de bonzinho e fale que não está cometendo um grande delito porque apenas vende um produto que lhe venderam. A violência é fomentada pelo tráfico de drogas e pela receptação”, afirmou. Dois deputados, no entanto, foram contra o projeto. Alessandro Molon (PT-RJ) e João Campos (PSDB-GO). Molon lembrou que, por conta de mudanças pontuais, o Código Penal já está cheio de distorções. “Vamos desequilibrando esse sistema e promovendo injustiças. Por exemplo, a pena mínima para homicídio simples é seis anos, enquanto a pena mínima para falsificação de cosméticos é 10 anos. É razoável que seja mais grave falsificar um cosmético do que matar uma pessoa?”, questionou. João Campos, por sua vez, criticou o projeto por tornar a pena para o receptador maior do que a aplicada à pessoa que furtou o produto a ser vendido. “A receptação vai ter uma pena mais gravosa que o furto, o que não me parece coerente. O furto simples tem pena de 1 a 4 anos, enquanto a receptação passará a ter pena de 2 a 8 anos, ou seja, o dobro do crime principal, que é o furto”, disse. Ele defendeu uma revisão completa do Código Penal (Ag.Câmara). MP-SP denuncia executivos por formação de cartelO Ministério Público do Estado denunciou à Justiça 11 executivos de empresas do setor ferroviário e um funcionário da CPTM por formação de cartel em contratos firmados para o fornecimento de trens e materiais ferroviários na execução de três projetos, firmados em 2007 e 2008. De acordo com a denúncia as empresas dividiram entre si três contratos administrativos, combinando as propostas. “As empresas dividiram o mercado e o preço final superfaturado, direcionando cada licitação e sabendo previamente qual empresa seria a vencedora de cada um dos contratos e quais os preços de cada uma, o que fazia com que as outras empresas que participavam do cartel ofertassem suas propostas a preços superiores ou simplesmente não participassem da concorrência”, diz a denúncia. A acusação é resultado de investigação criminal feita a partir de documentos encaminhados pelo Cade e da análise das licitações, que demonstram práticas anticoncorrenciais nos procedimentos instaurados pela CPTM. Todas as empresas e a CPTM foram procuradas, mas até a publicação da matéria apenas a Tejofran respondeu. Seguro-desemprego no defeso para pescador profissionalDivulgação A Comissão de Agricultura da Câmara aprovou proposta que autoriza o pagamento do seguro-desemprego ao pescador profissional da pesca industrial durante o defeso, paralisação temporária da atividade imposta pelo governo federal com o objetivo de proteger as espécies no período de reprodução. Atualmente, o benefício é pago apenas aos profissionais da pesca artesanal. Para ter direito ao seguro, o pescador deverá comprovar o vínculo empregatício na temporada da pesca imediatamente anterior ao período do defeso. Relator na comissão, o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) defendeu a aprovação do projeto. O texto original é o projeto do deputado Jorginho Mello (PR-SC). O autor argumenta que um dos requisitos para que se tenha direito ao benefício é cumprir prazo de carência de 16 meses entre dois períodos aquisitivos. Isso acaba impossibilitando o pescador da pesca industrial de ter direito ao seguro, porque o período de defeso é estabelecido anualmente e, portanto, o intervalo entre cada período é sempre inferior a 12 meses. Jorginho Mello destacou ainda que os pescadores industriais contribuem com o recolhimento do PIS/Cofins para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) “e, ironicamente, para aqueles que perdem o emprego no período dos defesos anuais, lhes é negado o direito de receber esse benefício”. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Seguridade Social; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). CPI do HSBC: políticos citados poderão ser ouvidosPolíticos citados pelo jornalista Fernando Rodrigues em seu blog, como detentores de contas na filial suíça do banco HSBC, devem ser convidados a depor na CPI do HSBC. Requerimentos neste sentido foram apresentados no início da audiência de ontem (1º) com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Estão na lista Marcio Fortes, da executiva nacional do PSDB; Daniel Tourinho, presidente nacional do PTC; o vereador pela cidade do Rio de Janeiro Marcelo Arar (PT); Lírio Parisotto, suplente de senador pelo PMDB do Amazonas; os ex-diretores do metrô de São Paulo Paulo Celso Silva e Ademir Venâncio de Araujo; além do ex-prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira. O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), informou que os requerimentos serão votados na reunião da próxima terça-feira (7). Rocha preside a audiência pública da CPI do HSBC com o secretário da Receita, Jorge Rachid, o presidente do Coaf, Antônio Gustavo Rodrigues e o diretor de fiscalização do BC, Antero Meireles. Após encontro ontem dos parlamentares com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ficou acertado que a Comissão terá acesso à documentação sobre as contas de brasileiros na filial suíça do banco. A CPI tem o objetivo de investigar a materialidade de crimes fiscais supostamente cometidos por estes brasileiros, além de repatriar o dinheiro fruto de contravenções e propor mudanças na lei (Ag.Senado).
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