Eduardo Cunha: STF não interfere no processo legislativoO presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, afirmou que o STF não interfere no processo legislativo, ao comentar a intenção de deputados de entrar com mandado de segurança no STF contra a forma como a proposta de redução da maioridade penal foi aprovada pelo Plenário “O Supremo no máximo analisa a constitucionalidade ou não do produto acabado, que é a lei final. Mas é direito de todos questionar a decisão, faz parte da democracia”, acrescentou. Ele destacou que a matéria rejeitada na madrugada de quarta-feira (1º) foi um substitutivo, ficando resguardada a proposta original, votada na madrugada de quinta (2). Os deputados que questionam a votação citam o artigo 60 da Constituição, segundo o qual matéria constante de proposta rejeitada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. “Acontece que não é a mesma matéria. É uma matéria da qual foi votada o substitutivo. Esse substitutivo foi rejeitado. Resta a proposta original com as sua emendas e seus destaques e as suas apensadas. Foi isso o que aconteceu”, disse o presidente. Eduardo Cunha apresentou parecer do próprio Supremo que julgou, em 1996, uma situação semelhante e declarou a medida constitucional. No acórdão, o STF definiu que, no caso de a Câmara rejeitar um substitutivo, e não o projeto original, não se aplica o artigo 60 da Constituição. “Afastada a rejeição do substitutivo, nada impede que se prossiga a votação do projeto original”, salientou, citando a decisão. O texto aprovado pela Câmara é uma emenda dos deputados Rogério Rosso (PSD-DF) e Andre Moura (PSC-SE) à proposta prevendo a redução da maioridade penal, de 18 para 16 anos, nos casos de crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e outros), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte (Ag.Câmara). Lei de Migração é aprovado no Senado e segue para CâmaraO Brasil poderá ter em breve uma Lei de Migração para substituir o Estatuto do Estrangeiro, adotado durante o regime militar. Com 11 capítulos e 118 artigos, a proposta que regula entrada de estrangeiros no país e estabelece normas de proteção ao emigrante brasileiro foi aprovada em turno suplementar, na quinta-feira (2), pela Comissão de Relações Exteriores do Senado. De autoria do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), o projeto seguirá diretamente para a Câmara, se não houver recurso para votação em Plenário. O relatório da proposta foi apresentado pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que, neste turno suplementar, rejeitou 18 emendas, aprovou quatro e acolheu parcialmente duas. O projeto reduz a burocracia na concessão de vistos no Brasil para investidores, estudantes e acadêmicos. Pesquisador estrangeiro sem vínculo empregatício com instituições brasileiras terá visto temporário para exercer suas atividades. Ao revisar as categorias de vistos, em conformidade com a nomenclatura internacional, o projeto beneficia também estudantes que trabalham nas férias. A proposta desburocratiza o deslocamento de “residentes fronteiriços”, que trabalham no Brasil mas conservam residência no país vizinho. O texto aprovado protege o apátrida, indivíduo que não é titular de nenhuma nacionalidade, em consonância com acordos internacionais (Ag.Senado). Defesa de Zelada vai apresentar habeas corpusO advogado Eduardo de Moraes, que defende o ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, está analisando os documentos anexados no decreto de prisão preventiva do seu cliente. Moraes explicou que somente com a avaliação desses documentos poderá preparar o pedido de habeas corpus que a defesa vai encaminhar à Justiça no máximo até terça-feira (7). “O único remédio, neste momento, é o habeas corpus para ele poder se defender em liberdade”, observou. “No meu entender não há necessidade de mantê-lo preso, nem o Renato Duque [ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras] nem o Cerveró [ex-diretor da área internacional da Petrobras]. Não há a mínima necessidade, mas infelizmente tem sido o entendimento do juiz que vem sendo acolhido pelos tribunais”, explicou. Eduardo reconheceu que esta é uma etapa difícil na defesa de Zelada. “É uma guerra que a gente está enfrentando, mas vamos tentar reverter o quadro,” disse. A indicação no processo de apuração da Operação Lava Jato contra Zelada de que ele mantém duas contas em Mônaco é um mérito da acusação do Ministério Público, mas não justifica a prisão de ninguém, disse o advogado, acrescentado que “vai ser apurado se houve ou não cometimento do crime se existe essa conta no exterior ou não. Isso aí é o mérito”, informou (ABr). | Instrução e emprego para os beneficiários do Bolsa FamíliaA deputada Geovânia de Sá (PSDB-SC), protocolou projeto que aumenta as condicionalidades para permanecer no Bolsa Família. A proposta inclui a exigência de matrícula, frequência e certificado de conclusão em curso profissionalizante de pelo menos um membro da família que recebe o auxílio do Bolsa Família, no prazo de até 90 dias após a inclusão no benefício. Além disso, o currículo profissional do beneficiário será incluído em cadastro ou banco de vagas das agências do trabalhador ou instituições similares e na negativa de até quatro propostas de emprego, os valores do programa serão suspensos. “Observamos que o Programa Bolsa Família foi criado para enfrentar a situação de pobreza e pobreza extrema das famílias brasileiras e, para manutenção dos valores pagos, os beneficiários devem cumprir alguns requisitos. O que fizemos foi incluir a exigência de curso profissionalizante e cadastro em um banco nacional de vagas de emprego. Com isso, o programa, que tem porta de entrada, também terá uma nova porta de saída, com qualificação profissional, emprego e dignidade às famílias, que poderão prosseguir sem o auxílio financeiro do governo”, destacou a deputada Geovânia de Sá. Entre os requisitos que já estão previstos em lei, há o compromisso com a saúde de crianças menores de sete anos e de mulheres gestantes ou lactantes. Na educação, todas as crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos devem estar na escola e com frequência de pelo menos 75%. “Nesse sentido, não temos dúvidas de que a melhor solução, visando à transformação da realidade das famílias, envolve ações efetivas de educação para gerar qualificação profissional e empregabilidade. Desse modo, o país terá ganhos de produtividade em escala, com vantagens para toda a sociedade”, argumentou a deputada (psdbnacamara). Brasileiro paga a conta da crise do setor energéticoO aumento das tarifas de energia elétrica foi criticado pelo deputado Alexandre Baldy (PSDB-GO). Uma das dificuldade da população de Goiás e do Brasil de arcar com o alto custo das tarifas praticadas ele atribuiu a crise no setor de energia, à má gestão do Governo Federal. “Não podemos permitir que esses aumentos continuem, pois quem paga essa conta é o povo brasileiro”, lamentou. O deputado criticou o recente reajuste anunciado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para os clientes da Eletropaulo. “A Aneel acaba de aprovar mais um aumento na tarifa de energia elétrica e isso não pode continuar. O governo federal tem de exercer o seu papel e investir no setor energético para que realmente possamos sair dessa crise”. O deputado ressaltou que o aumento de energia em São Paulo afeta a todos, já que esse custo é repassado aos produtos lá produzidos ou comercializados. E ele citou que o aumento do custo da energia elétrica chegou a 60% nos últimos doze meses, e que a crise econômica nacional e a alta inflação afeta vários setores, que acabam gerando sobrepreço em produtos e serviços. Também lamentou o crescimento da taxa de desemprego, que alcançou 6,7% em maio e marcou a maior taxa de desemprego para o mês de maio desde 2010, quando ficou em 7,5%, conforme números divulgados pelo IBGE. “Perdemos quase 230 mil postos de trabalho no Brasil e não vemos ação efetiva do governo para reverter essa situação”, finalizou (psdbnacamara). Lei pode fixar padrões de qualidade na educaçãoA futura lei de responsabilidade educacional vai fixar padrões de qualidade para a educação e punição para gestores públicos que descumpri-los. Os objetivos foram traçados pelo novo relator do projeto, deputado Bacelar (PTN-BA). Para fixar os futuros parâmetros de qualidade da educação, o relator já levantou o quadro atual do setor. Apesar do aumento nos investimentos e da melhora em alguns índices, Bacelar ainda constata uma situação de “caos” educacional. “Mais de 60% dos alunos não são alfabetizados até os oito anos, na rede pública; 4 milhões de brasileiros, entre 4 e 17 anos, estão fora da escola; 90% dos estudantes não conseguem, no ensino médio, ter os conhecimentos básicos de matemática. No Enem do ano passado, quase 530 mil alunos tiraram zero em redação. Esses dados mostram a crise da educação pública brasileira”. Na tentativa de reverter o quadro atual, a futura lei de responsabilidade educacional define padrões de qualidade relativos ao plano de carreira dos professores, ao currículo e à infraestrutura das escolas. A ideia é ter parâmetros para a avaliação de resultados e eventual responsabilização dos gestores. Defensor do ensino integral em todo o País, Bacelar reconhece que essa é uma meta ainda distante diante da realidade de escolas que sequer conseguem garantir duas horas de aula a seus alunos. O deputado citou a recente greve de professores estaduais de São Paulo para mostrar que as distorções no cumprimento da carga horária ideal não acontecem apenas nos rincões do País. “Isso é um instrumento que aumenta a desigualdade social porque o filho do rico, lá em São Paulo, não ficou um dia sem aula em 2015, enquanto o filho do trabalhador ficou 100 dias. Não recupera nunca” (Ag.Câmara). |