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Política 01/02/2012

em Política
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Novos temproario

Novos senadores tomam posse hoje e Casa elege novo presidente

Hoje (1°), 54 dos 81 senadores iniciarão seus mandatos. A cerimônia de posse ocorre antes das reuniões em que serão eleitos o novo presidente da Casa e os demais integrantes da Mesa. No total, são três reuniões, chamadas de preparatórias.

Novos temproario

Mesa de onde são conduzidos os trabalhos do Senado: sessão em 1º de fevereiro escolherá quem terá ocupará as cadeiras reservadas ao presidente e demais cargos em disputa. Foto: Marcos Oliveira/Ag.Senado

A primeira delas, destinada à posse, está marcada para as 15h. Neste ano, a renovação marca o início da nova legislatura.

Dos 54 senadores que tomarão posse, 46 não estavam no Senado no ano anterior; uma renovação histórica de cerca de 85%. Apesar do número de senadores, a sessão de posse deve ser rápida, já que não haverá discursos dos parlamentares. O único a falar deve ser o senador que presidirá a cerimônia, papel caberá a Davi Alcolumbre (DEM-AP), único integrante da Mesa Diretora da legislatura anterior que continua no mandato, iniciado em 2015. Se ele não estiver presente, quem preside é o senador mais idoso, José Maranhão (MDB-PB).

A posse é conjunta, mas o juramento é individual e os senadores são chamados por ordem de criação dos estados. Apenas o primeiro senador pronuncia na íntegra o juramento: “Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”. Depois, todos os outros senadores, quando chamados, dirão “assim o prometo”.

De acordo com o coordenador-geral da Secretaria de Marketing do Senado, Cefas Siqueira, 2.710 pessoas foram convidadas. Cada senador empossado teve direito a 45 convites, um para a tribuna de honra, um
para as galerias e 15 para o salão Negro, onde haverá um telão. Os restantes poderão ficar no gabinete ou assistir à posse no Auditório Petrônio Portela.

Depois da posse dos novos senadores, haverá um intervalo para a segunda reunião, em que será eleito o novo presidente do Senado. A expectativa é que ela tenha início por volta das 18h. O eleito vai comandar a Casa por dois anos e também exercerá a função de presidente do Congresso (Ag.Senado).

Congresso novo vai analisar mudanças do governo no meio ambiente

Congresso temproario

Fiscal do Ibama observa área desmatada na Floresta Nacional Jamanxim, no Pará. Foto: Vinícius Mendonça/Ibama

O Congresso que toma posse hoje (1º), terá a missão de deliberar sobre as mudanças implementadas pelo governo do presidente Jair Messias Bolsonaro na estrutura administrativa ligada ao meio ambiente. Renovado em dois terços, o Senado também deverá retomar o debate sobre o licenciamento e a fiscalização ambiental e sobre as regras relacionadas à mineração. Isso em um momento em que o assunto ganha ainda mais projeção, diante da catástrofe em Brumadinho.

A proteção do meio ambiente tem sido, historicamente, um tema de grande embate no Congresso. O assunto, por sua natureza, tem interfaces com praticamente todas as atividades econômicas e sociais. Sua abrangência vai da qualidade de vida nas cidades à preservação dos diversos biomas — incluindo a produção de alimentos, a produção e o uso de energia, a questão fundiária, os direitos dos povos indígenas, o gerenciamento dos recursos hídricos, o saneamento, o tratamento dos resíduos sólidos e a infraestrutura do país.

Assim que tomou posse, o presidente Bolsonaro assinou a MP que reestrutura a administração federal. Uma das pastas com alterações mais significativas é a do Meio Ambiente, cujo orçamento deste ano é de R$ 3,79 bilhões. O presidente, que recuou da ideia de de extingui-lo, retirou da pasta várias atribuições. Pela MP, que será analisada pela Câmara e pelo Senado, foram transferidos para o Ministério da Agricultura, o Serviço Florestal Brasileiro, que trata da outorga e do
manejo sustentável das florestas, e o gerenciamento do Cadastro Ambiental Rural.

Já o gerenciamento dos recursos hídricos — incluindo o vínculo com a Agência Nacional de Águas (ANA) — passou para o Ministério do Desenvolvimento Regional. O novo desenho do Ministério do Meio Ambiente também retirou de suas atribuições o combate ao desmatamento e extinguiu a coordenação responsável pelo combate à desertificação. As atribuições referentes ao zoneamento ecológico-econômico do país também foram retiradas da pasta (Ag.Senado).

Agressor poderá usar monitoramento eletrônico

A Justiça poderá impor o uso de monitoração eletrônica como forma de assegurar o respeito ao limite mínimo de distância entre a ofendida e o agressor. O projeto que trata do assunto aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça. Apresentado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), o projeto altera a Lei Maria da Penha também para garantir à vítima, mediante pedido desta, um dispositivo que comunique o desrespeito ao limite mínimo de distância.

Vanessa aponta que a realidade, no entanto, tem mostrado que as medidas de urgência, já previstas na lei, não têm sido suficientes. Infelizmente, registra a senadora, mais e mais mulheres têm sido mortas por ex-parceiros que incidem recorrentemente nas agressões. Para a senadora, é importante usar o progresso trazido pelo avanço tecnológico, “a fim de parar o ciclo da violência mortal, causada pela cultura do patriarcado”.

Vanessa lembra que a Justiça brasileira já tem usado, com grande sucesso, a monitoração eletrônica, a qual permite saber onde se encontra o infrator em gozo de saída temporária ou de prisão domiciliar. O projeto inclui, entre as medidas de urgência, a previsão da monitoração eletrônica como forma de garantir a distância mínima entre a vítima e o infrator. Assim, conclui a senadora, a tecnologia será usada para um fim especialmente nobre: a preservação da vida humana (Ag.Senado).

Terceirização de serviços em edifícios e condomínios

Tramita no Senado projeto de lei que veda a terceirização de mão de obra em edifícios e condomínios, residenciais e comerciais. O projeto aguarda designação do relator na Comissão de Constituição e Justiça.

A proposta, de autoria do ex-senador Lindbergh Faria (PT-RJ), tem como objetivo garantir que os postos de trabalho nos edifícios e condomínios sejam preenchidos por trabalhadores que possuam vínculo empregatício nesses locais, e não por terceirizados. O autor destaca em sua justificativa que se trata de uma proposição que melhora as condições de trabalho no país.

“A substituição de trabalhadores subordinados por terceirizados compromete a dignidade inerente ao ser humano, pois os priva do labor essencial para a satisfação das mais basilares necessidades, próprias e de sua família”, argumenta Lindbergh Faria (Ag.Senado).

Preservação da biodiversidade pode levar a novo ciclo de industrialização

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O mundo vive a quarta revolução industrial, na qual a biotecnologia tem papel de destaque, dizem especialistas. Foto: Luciete Pedrosa/Ascom Inpa

No artigo ‘Agro holandês é pop’, publicado no jornal O Globo, os cientistas Carlos Nobre, Suzana Kahn e Fabiano Scarano defendem a
“bioindustrialização sustentável” e apontam a eficiência da agricultura da Holanda, que mesmo usando entre 5% e 10% de área utilizada pela agricultura no Brasil, fatura mais com as exportações de produtos do agronegócio, altamente tecnológico.

No entendimento dos articulistas, é possível reverter o processo de desindustrialização do Brasil, – cada vez mais dependente da exportação de produtos primários (commodities agrícolas e minerais) – a partir da preservação da cobertura vegetal nativa e do investimento em pesquisa científica. “A Quarta Revolução Industrial em curso, em velocidade sem precedentes, integra as tecnologias digitais, biológicas e físicas, no rol das biotecnologias, nanotecnologias e automação, e deverá ser elemento central para a obtenção de valor social e econômico para um novo modelo de uso sustentável da biodiversidade tropical”, afirmam os cientistas.

Enquanto isso, grande parte do debate sobre o desenvolvimento brasileiro segue em torno da expansão da fronteira agrícola. Para Joaquim Maia Neto, consultor legislativo do Senado na área de meio ambiente, é possível manter e proteger as florestas e o cerrado e ao mesmo tempo aumentar a produção de alimentos. Segundo ele, o Brasil ainda pratica uma pecuária de baixíssima produtividade por área. Um pequeno aumento de produtividade liberaria muitas áreas já desflorestadas para a expansão da agricultura. “Não precisamos desmatar nenhum hectare de vegetação nativa para continuar aumentando a produção agrícola com competitividade por muitos anos. Isso sem falar no investimento tecnológico na própria agricultura”, diz o especialista.

Para ele, um grande equívoco dos que criticam o sistema brasileiro de áreas protegidas é o de considerar as florestas como “improdutivas”. Muitas unidades de conservação e as reservas legais são passíveis de manejo florestal sustentável, inclusive manejo madeireiro, sem desmatamento, explica Neto. “Investimentos em pesquisa e prospecção biotecnológicas costumam ser copiosos em retorno econômico, levando a produção com maior valor agregado e maior geração de empregos do que a agricultura tradicional. Esse pode ser um caminho para as nossas florestas, que podem gerar divisas sendo mantidas em pé”, afirma o consultor (Ag.Senado).

União Europeia reconhece Juan Guaidó como presidente

O Parlamento Europeu reconheceu ontem (31) o líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como o presidente interino legítimo do país. Os eurodeputados aprovaram a resolução com 439 votos a favor, 104 contra e 88 abstenções, depois de constatar que o presidente Nicolás Maduro “rejeitou publicamente a possibilidade de realizar novas eleições” depois do ultimato da União Europeia (UE).

Em comunicado, o Parlamento Europeu revela que solicitou à chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, e aos Estados-Membros que “adotem uma posição firme e comum e reconheçam Juan Guaidó como único Presidente interino legítimo do país até que seja possível convocar novas eleições presidenciais livres, transparentes e credíveis tendo em vista restabelecer a democracia”.

Durante a reunião, os parlamentares ainda declararam pleno apoio à Assembleia Nacional, tida como “o único órgão democrático legítimo da Venezuela”, pelo que os seus poderes “devem ser restabelecidos e respeitados, o que inclui as prerrogativas e a segurança dos seus membros”. De acordo com o documento aprovado, Maduro usurpou, de forma ilegítima, o poder presidencial, tendo em vista as eleições de maio passado que foram consideradas fraudulentas.

“A UE não reconheceu essas eleições nem as autoridades instituídas por este processo ilegítimo”, acrescenta a nota. Além disso, a assembleia europeia condenou os atos de repressão contra as manifestações sociais e todas as violações de direitos humanos (ANSA).