O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), afirmou que enxerga um consenso se formando entre os parlamentares a favor de “reformas estruturais”, ao afirmar que há “números fortes” para aprovar propostas de grande porte, que devem se estender para 2020. “Junto com o benefício da reforma da Previdência, outras medidas importantes serão cobradas pela população para criar um ambiente de crescimento. O calendário não se esgota este ano, acredito que vamos ter trabalho também no primeiro semestre do próximo”, afirmou.
Reformas como a tributária, a administrativa e a complementação da reforma da Previdência devem ser analisadas nos próximos meses. Gomes ponderou que ainda não há uma ordem definida para abordar cada um desses temas, e que isso vai depender da disposição que o Congresso seguir apresentando. “A próxima reforma vai depender dos presidentes da Câmara e do Senado, que fazem a pauta, e da percepção dos líderes. A visão majoritária de prioridade só fica consistente depois. Mais do que isso seria tentar adivinhar”.
Com a indicação de Eduardo Gomes, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do governo de Jair Bolsonaro no Legislativo — a única exceção é a liderança na Câmara, exercida pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO). O MDB também ocupa um ministério de Bolsonaro: o da Cidadania, chefiado pelo deputado licenciado Osmar Terra. Para Gomes, esse quadro não significa necessariamente um alinhamento do partido com a gestão de Bolsonaro.
O senador afirmou que a prioridade do MDB é se identificar com “políticas públicas fortes”, e que a legenda passa por um processo de renovação. Segundo ele, ainda não há questão fechada sobre onde o MDB se localiza em relação ao governo. “Nisso estamos submetidos à deliberação do partido, que vai ocorrer no momento adequado. Essas decisões serão tomadas com os governadores, os prefeitos de capitais e os líderes”, declarou (Ag.Senado).