Alberto Fernández sequer assumiu como novo presidente da Argentina, mas o governo brasileiro já dá sinais de que terá uma relação mais conturbada com seu parceiro de Mercosul. Se, por um lado, o peronista defende abertamente a libertação do ex-presidente Lula, por outro, Jair Bolsonaro fez campanha para o derrotado Mauricio Macri e já criticou o futuro mandatário argentino.
Em visita ao Catar, o presidente do Brasil disse ontem(28) que o apoio de Fernández à campanha “Lula livre” é uma “afronta à democracia brasileira e ao sistema judiciário brasileiro”. “Ele está afrontando o país de graça”, declarou. No dia da eleição, Fernández divulgou uma foto na qual faz a letra L com a mão e parabenizou o petista por seu aniversário de 74 anos. Já no discurso da vitória, puxou um grito de “Lula livre” para seus eleitores.
Após o anúncio do resultado, Bolsonaro disse que não pretende parabenizar Fernández e que a Argentina “escolheu mal” seu novo mandatário. Por outro lado, garantiu que não pretende se “indispor” com o vizinho. “Agora, não vamos nos indispor. Vamos esperar o tempo para ver qual é a posição real dele na política, porque ele vai assumir, vai tomar pé do que está acontecendo, e vamos ver qual linha que ele vai adotar”, acrescentou.
Bolsonaro afirmou que não vai “fechar as portas” para Fernández, mas manteve o tom crítico. “A Argentina colocou no poder quem colocou a Argentina no buraco lá atrás”, declarou (ANSA).