Pelo quarto ano consecutivo, de acordo com um ranking divulgado pela Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável, a Finlândia é o país mais feliz do mundo.
Divulgado anualmente, o Relatório Mundial da Felicidade ganhou um desafio extra desta vez: medir o impacto da pandemia do novo coronavírus no bem-estar individual e coletivo.
Segundo o ranking, que tem o apoio da empresa italiana illycaffè e da Fundação Ernesto Illy, a liderança da Finlândia se deve sobretudo à confiança da população em suas comunidades, fator que, em meio à pandemia, “contribuiu para preservar o bem-estar das pessoas”. A Finlândia aparece logo à frente de outro país nórdico, a Islândia, que subiu da quarta para a segunda posição, e da Dinamarca, que caiu do segundo para o terceiro lugar. O top 10 ainda tem Suíça, Países Baixos, Suécia, Alemanha, Noruega, Nova Zelândia e Áustria.
A Itália evoluiu da 28ª para a 25ª posição, enquanto o Brasil despencou do 29º para o 41º lugar. “Nós consideramos a felicidade um pré-requisito para qualquer transição para uma sociedade mais sustentável, tanto que o bem-estar dos nossos stakeholders representa um dos compromissos da empresa”, explicou Andrea Illy, presidente da illycaffè. O relatório também buscou entender uma questão fundamental: por que as taxas de mortalidade por Covid são tão diferentes no mundo? Os índices, por exemplo, são muito maiores nas Américas e na Europa do que na Ásia, na Oceania e na África.
Os fatores determinantes, segundo o estudo, incluem idade da população, o fato de o país ser uma ilha ou não, a proximidade com outras zonas com altos índices de contágio, mas diferenças culturais também contribuem para a análise, como: confiança nas instituições públicas, conhecimento obtido em epidemias anteriores, desigualdade de renda e presença de mulheres no comando do governo.
“A experiência do leste da Ásia mostra que políticas restritivas não apenas controlaram a pandemia de modo eficaz, mas também combateram o impacto negativo dos boletins diários relativos às infecções na felicidade das pessoas”, diz Shun Wang, professor do Instituto Coreano de Desenvolvimento.
No entanto, o professor John Helliwell, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, afirma que os autores do ranking ficaram surpresos ao ver que, em média, “não houve um declínio no bem-estar geral”. “Uma explicação possível é que as pessoas veem a Covid-19 como uma ameaça comum e externa, que afeta a todos e que tem gerado um maior senso de solidariedade e empatia”, acrescenta Helliwell, que edita o relatório de felicidade (ANSA).