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Egito descobre ‘cidade do ouro perdida’ com mais de 3 mil anos

em Pessoa Física
sexta-feira, 09 de abril de 2021

O Egito anunciou a descoberta da “cidade de ouro perdida” próxima a Luxor, que fica no sul do país, a 500 km do Cairo. Segundo os arqueólogos, essa é a maior povoação urbana localizada e a maior descoberta desde a década de 1920, quando a tumba de Tutancâmon foi encontrada praticamente intacta. A missão foi guiada pelo arqueólogo Zahi Hawass e datou a cidade, chamada de “A Ascensão de Aton”, com cerca de três mil anos.

“A cidade enterrada tem a data do reinado de Amenófis III e continuou sendo usada pelo rei Tutancâmon e por seu sucessor, Ay. […] Muitas missões estrangeiras buscaram por essa cidade, mas ela nunca foi encontrada”, disse Hawass, que explicou que os trabalhos começaram na busca pelo templo funerário do rei Tut. A arqueóloga Betsy Brian, da Universidade Johns Hopkins, pontuou que a descoberta “ajudará a colocar luz sobre um dos maiores mistérios da história: porque Aquenáton e Nefertiti decidiram se mudar para Amarna”.

A mudança dos pais de Tutancâmon é alvo de especulações até os dias atuais e nunca uma resposta plausível foi encontrada. Aquenáton, inclusive, foi o primeiro faraó egípcio a abandonar o culto de diversos deuses e a adoração ao poderoso deus Amon para um deus único, Aton. O rei Tutancâmon, como o próprio nome diz, voltou atrás na decisão do pai.

As escavações para localizar a cidade perdida começaram em setembro do ano passado e, apesar de ter passado três milênios enterrada, “ela foi encontrada em boas condições, com muros e paredes quase completos e áreas repletas de objetos da vida cotidiana”, ressalta Hawass. Na área sul, inclusive, os arqueólogos conseguiram identificar algumas funções industriais e de serviço, como os restos de uma “padaria”, que usava fornos de cerâmica tão grandes que acredita-se que servia muitas pessoas, e locais de produção de tecidos, vidros e de amuletos funerários usados nas tumbas e nos templos reais.

Em particular, foram achados anéis, escaravelhos, potes coloridos e tijolos com a incisão do cartucho de Amenófis III (que ainda precisa ser datado). Além disso, uma área murada com apenas um ponto de entrada e saída mostra ainda um sistema de residências com segurança reforçada. Amenófis III, que governou o Egito entre 1391 a.C a 1353 a.C., herdou um vasto território que ia dos atuais Iraque e Síria até o Sudão. Teve um longo governo para o padrão egípcio, cerca de 40 anos, e era conhecido por sua opulência e extravagância.

Até por isso, os arqueólogos esperam encontrar ainda mais tumbas e “seus tesouros”, já que uma área se assemelha ao que foi encontrado no Vale dos Reis – que não fica muito distante da região. Há ainda partes da cidade a serem escavadas, mas os especialistas estão bastante animados com as novas descobertas (ANSA).