Rodrigo Gianesini (*)
Nos últimos anos, temos observado um fenômeno interessante no Brasil: o crescente interesse dos brasileiros em adquirir a cidadania europeia. Esse movimento não é apenas uma busca por novas oportunidades ou experiências internacionais, mas também reflete uma mudança nas aspirações e perspectivas das pessoas em relação ao seu futuro e ao mundo globalizado em que vivemos.
Segundo o levantamento do instituto de estatísticas da União Europeia (UE), o Eurostat, de todas as cidadania solicitadas, 70% foram obtidas na Itália e em Portugal, visto que a UE concedeu cerca de 25,9 mil brasileiros em 2022, um aumento de 26% em relação ao ano anterior, deixando o Brasil entre as dez nacionalidades do mundo que mais obtiveram cidadania nas nações que integram a região.
Entretanto, o aumento do interesse dos brasileiros na cidadania europeia pode ser atribuído a diversos fatores. A busca por melhores condições de vida e oportunidades de trabalho é uma motivação significativa. Muitos destes cidadãos veem na Europa um ambiente mais estável economicamente, com sistemas de saúde e educação bem desenvolvidos, além de uma qualidade de vida geralmente mais elevada.
Além disso, a facilidade de acesso à informação e a globalização dos meios de comunicação têm desempenhado um papel crucial nesse aumento de interesse. Com a internet e as redes sociais, as pessoas estão mais conectadas e informadas sobre as possibilidades de residência e obtenção de cidadania em países europeus.
Outro ponto a considerar é a valorização da diversidade cultural e das experiências internacionais. Muitos brasileiros veem na cidadania europeia não apenas uma vantagem prática, mas também uma oportunidade de imersão em novas culturas, idiomas e formas de pensar.
Esse aumento do interesse na cidadania europeia é um reflexo das aspirações por uma vida melhor, oportunidades de crescimento pessoal e profissional, e experiências enriquecedoras em um contexto globalizado. Ao mesmo tempo, destaco a importância de políticas de imigração e integração que sejam inclusivas e que promovam a diversidade e a coesão social.
Muitos veem na Europa não apenas um destino geográfico, mas também um caminho para alcançar seus objetivos e realizar seus sonhos. E a cidadania europeia pode ser um caminho para realizá-los, desde que seja buscada de forma consciente e responsável.
(*) – É co-fundador e COO da Cidadania4U (https://www.cidadania4u.com.br/).
