Claudio Zanutim
Há um provérbio chinês que nos diz o seguinte: “Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado”. A primeira vista este ensinamento pode parecer um tanto quanto cliché, mas lhe garanto que possui um valor enriquecedor.
Antes de compreender seu verdadeiro significado, vamos analisá-lo separadamente. A meta exemplificada no provérbio está clara: derrubar uma árvore. Você há de concordar que é possível derrubá-la ainda que o machado não esteja tão amolado, certo? Sendo assim, a meta seria alcançada de qualquer maneira. Mas calma lá! Será que o responsável pela tarefa não sofreria um desgaste maior? E quanto ao tempo de execução, será que não seria reduzido se o machado estivesse amolado?
Sim!
Ao dispor de seu tempo para amolar o machado (tarefa menos desgastante), a árvore seria derrubada com mais facilidade e, sem dúvidas, em um período bastante reduzido. Logo, conhecer o melhor caminho e empregar recursos mais eficientes para alcançar seus objetivos e metas é tão importante quanto o objetivo ou a meta em si.
E não é preciso ir tão afundo no assunto para nos depararmos com exemplos semelhantes em nossas rotinas. Tornou-se algo corriqueiro dentro das organizações que os colaboradores estejam física e psicologicamente desgastados na execução de suas tarefas, motivados principalmente pelo pensamento arcaico de que “tempo é dinheiro”.
Negligenciar o planejamento estratégico de uma tarefa na intenção de compactar o tempo e alcançar resultados mais rápidos é o verdadeiro significado para a expressão “o tiro saiu pela culatra”. Pode ser que, na prática, o profissional tenha a impressão de que esteja caminhando na melhor direção para atingir seu objetivo, mas logo os obstáculos começarão a surgir.
Há uma analogia simples para essa questão. Você possui dois caminhos para chegar ao trabalho: um deles é mais próximo de seu destino e poderia levá-lo mais rapidamente, mas possui um histórico bastante conhecido de engarrafamento; o outro caminho é considerado um pouco mais distante, em contrapartida, possui um fluxo menor de veículos. Qual deles você escolheria? Pois bem.
Para se obter resultados mais efetivos na vida, seja pessoal ou profissionalmente, é importante que cada indivíduo pare por alguns instantes e defina a estratégia mais coerente para cada situação. Lhe garanto que essa é a melhor maneira de se reduzir a possibilidade de fracasso e potencializar ainda mais as chances de sucesso.
Então, amigo leitor, que tal optar pelo trajeto que o levará com mais eficácia até seu objetivo e suas metas finais? Mas para isso é necessário deixar o comodismo de lado e começar a amolar o machado agora mesmo!
E o planejamento, como vai?
No primeiro artigo da temporada “COMO CONSTRUIR OBJETIVOS E METAS ATINGÍVEIS?”, expliquei a importância de estipular metas e objetivos na vida, além de sugerir um pequeno (mas crucial) desafio ao leitor: a retomada dos planos engavetados. Estou confiante de que você esteja tão animado quanto eu para este processo! Então seguiremos para a próxima etapa.
Mas antes de adentrarmos ao assunto em pauta, quero esclarecer uma dúvida bastante comum no universo corporativo, a diferença entre “estratégia” e “planejamento”. Entenda melhor abaixo:
· O que fazer: A estratégia define o que deve ser feito para que você atinja seu objetivo;
· Como fazer: O planejamento, por sua vez, é o processo que colocará a estratégia em prática.
Em um exemplo prático, vamos supor que sua meta seja emagrecer dez quilos. O que deve ser feito para que você consiga chegar ao peso estipulado? Aderir uma alimentação mais saudável e investir em uma rotina de exercícios? Pois bem, essa é a sua estratégia. Mas quais alimentos você irá comer? De quantas em quantas horas? Irá investir na musculação ou na corrida? Quantas vezes por semana? Em quanto tempo deseja emagrecer? Este é o planejamento e ele é o grande responsável por levá-lo à ação.
Cientes dessa questão, vamos prosseguir.
Seja qual for o objetivo estipulado para sua vida, o sucesso dele depende diretamente de um planejamento efetivo e do cascateamento em metas e submetas. É como disse Pitágoras certa vez: “Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito”.
Há diversas questões que precisam ser consideradas antes de iniciarmos qualquer projeto, e o levantamento de cada uma delas tende a nos levar de modo mais seguro àquilo que almejamos. Conforme alertei no início do artigo, alcançar uma meta sem a definição de uma estratégia não é algo impraticável. É possível derrubar uma árvore com um machado “meia boca”, assim como o trabalhador também chegará ao seu serviço, seja pelo melhor trajeto ou não.
Mas você concorda que há um desgaste desnecessário neste contexto? Se podemos optar por um caminho melhor e mais seguro, por que não utilizá-lo?
Abraços a até a próxima!
(*) É Membro dos Empreendedores Compulsivos, Palestrante e Trainner Internacional. Mais 150 mil pessoas treinadas. Auxilia empresas e pessoas na maximização da performance em vendas e no atingimento de objetivos e metas. Autor de 7 livros, 3 e-books e dez artigos acadêmicos, é reconhecido nos meios empresarial, acadêmico e popular, principalmente com o Best Seller: Como Construir Objetivos e Metas Atingíveis
