Alessandro Saade
Apesar de estar com a newsletter desta semana pronta, me senti na obrigação de falar sobre a invasão russa à Ucrânia.
Obvio que sou totalmente contra o uso de qualquer tipo de força entre nações, entre cidadãos, entre culturas e crenças. Absurdo assistir a tudo isso em tempo real, pela televisão e redes sociais.
Do ponto de vista de prognóstico podemos comparar uma guerra à pandemia, outro fato que jamais gostaria de ver ou de acompanhar em tempo real. Mas em ambos, encontramos muitas variáveis correlacionadas entre si, onde pequenos movimentos mudam rapidamente o cenário.
Por outro lado, acompanhar em tempo real este novo movimento da Rússia, que já havia anteriormente atacado a Ucrânia e anexado a Crimeia, apesar de bagunçar o cenário mundial de forma imediata, vem gerando reações nunca antes vistas, de países, organismos internacionais, cidadãos e empresas.
Não vou perder meu tempo avaliando países e líderes que se posicionaram a favor da invasão ou se abstiveram de se posicionar sobre assunto tão urgente e relevante.
Também não vou entrar na discussão – e fato – que todos, por mais empáticos e éticos que possamos ser, sempre temos um viés, um conceito, ou crença previamente concebida que sustenta a nossa visão de mundo.
O fato é que o mundo todo se move, cada um de sua forma, buscando apoiar a Ucrânia e terminar a guerra o mais rápido possível.
MOVIMENTO MUNDIAL
Cidadãos pelo mundo e dentro da própria Rússia condenam a invasão e se posicionam pela paz. O movimento interno, como destacado pelo Foreign Affairs, coloca em risco a estabilidade política na Rússia. E ruas foram tomadas pelo mundo, na Alemanha, Irlanda, Itália, Estados Unidos, França, Lituânia, Holanda, Japão, Polônia, Hungria, Bulgária, como mostra a matéria do UOL Internacional.
Diversos empresários russos também se pronunciaram contra a invasão, entre eles Mikhail Fridman, fundador do Alfa Bank, principal banco privado russo, mas também empresários do ramo de infraestrutura, tecnologia e esportes. Estes empresários foram ou serão impactados pelas sanções que o mundo aplica sobre a Rússia e pressionam o governo russo por uma solução pacífica e rápida. A matéria da Forbes detalha a fala de cada um deles.
Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido se unem e excluem a Rússia do sistema internacional de transações bancárias Swift. E mesmo a Suíça, historicamente um país neutro, se posicionou claramente, congelando ativos financeiros do Primeiro Ministro russo e do próprio Putim, entre outros investidores. Na mesma linha, a Visa e a Mastercard suspenderam as instituições financeiras russas da sua rede de transações, impedindo o acesso ao serviço.
Empresas também se movem. Gigantes do segmento de petróleo e gás como Shell, BP e Equinor anunciaram publicamente que deixarão de operar na Rússia em resposta ao ataque à Ucrânia.
HERANÇA DA GUERRA FRIA
A contrainformação, herança da Guerra Fria, hoje vestida de Fake News, continua uma arma poderosa. Nessa linha, gigantes das redes sociaiscomo Youtube, Facebook, Tik Tok e Instagram, suspenderam as contas oficiais do governo russo, impedindo este movimento.
ABSURDO, INACREDITÁVEL
Infelizmente, nem todo movimento está na direção que desejamos. Por mais absurdo que pareça, percebemos ações preconceituosas contra estudantes de origem africana na própria Ucrânia e na fronteira com os países vizinhos. Nas matérias dos sites do francês Le Mondee da britânica BBC, são relatadas as dificuldades dos estudantes para deixarem o país.
MAS AINDA HÁ ESPERANÇA
O controverso Elon Musk, CEO da Tesla e da Space X, parece ter acertado dessa vez, disponibilizando seu serviço de internet via satélite na Ucrânia. Após pedido do Presidente ucraniano, Musk informou que enviará mais terminais para o país, garantindo sua comunicação com o mundo, sem depender da infraestrutura do país, atualmente abalada pelos ataques russos.
Também o AirBnB, por meio da sua fundação, anunciou que oferecerá moradia temporária para 100.000 refugiados ucranianos e abriu uma campanha de doação pelo mesmo instituto para mitigar o impacto da guerra e da crise migratória forçada. Já havia feito ação parecida, oferecendo 40.000 moradias temporárias para refugiados afegãos.
Termino esperando não ser este o assunto da minha próxima newsletter e aproveito para estender toda a minha solidariedade ao povo ucraniano.
Alessandro Saade – Fundador dos Empreendedores Compulsivos, é também executivo, autor, professor, palestrante e mentor. Possui mais de 30 anos de experiência atuando com grandes empresas e startups brasileiras, tornando-se referência no universo do empreendedorismo no Brasil. Formado em Administração pela UVV-ES, com MBA em Marketing pela ESPM e mestrado em Comunicação e Mercados pela Cásper Líbero, especializou-se em Empreendedorismo pela Babson College e em Inovação por Berkeley. Atualmente é Superintendente Executivo do ESPRO, instituição sem fins lucrativos que há 40 anos oferece aos jovens brasileiros a formação para inserção no Mundo do Trabalho.
