Sumaia Thomas (*)
Tive meus dois filhos enquanto estava no mundo corporativo. Em minha primeira gestação, me senti uma profissional que trabalhava normalmente como todas as outras, com o único diferencial que eu estava grávida. Por isso, não tive medo ou qualquer receio ao sair de licença maternidade.
Porém, quando retornei da licença da minha primeira filha, a empresa havia passado por muitas mudanças. Toda a estrutura de diretoria e lideranças havia mudado e o projeto para o qual eu havia sido contratada já não existia mais. Com isso, precisei me adaptar a um novo escopo de trabalho. E durante esta readaptação recebi com surpresa a notícia da minha segunda gravidez.
Com isso, as pessoas passaram a me ver de outra forma. Recebi um tratamento diferente da primeira gravidez, pois colegas e gestores pareciam duvidar que eu retornaria da licença maternidade por ter dois filhos tão pequenos.
Ter vivido duas experiências profissionais completamente opostas em minhas gestações me fizeram questionar sobre todos os desabafos de mães que lemos diariamente em mídias sociais como o LinkedIn.
Porém, tudo isso me ajudou a encontrar meu maior objetivo: ajudar profissionais e empresas a lidarem com a maternidade no seu dia a dia de trabalho. Foi com a minha maleta de competências e habilidades adquiridas nos diversos ambientes profissionais pelos quais passei que fui capaz de me posicionar nas situações difíceis, a gerenciar meu trabalho de forma produtiva e planejar uma nova etapa de carreira.
São inúmeros os casos que leio e chegam para mim de mulheres que se esforçaram na volta ao trabalho, mas afirmam que tudo mudou neste retorno e acabaram saindo das empresas – por opção ou por desligamento.
Como resultado destas mudanças, vejo pessoas desgastadas, estressadas, desesperançosas e com a autoestima profissional totalmente abalada.
Na busca ansiosa pelos próximos passos para sobreviver às frustrações do momento que deveria ser um dos mais belos da vida, não dedicam tempo suficiente para rever o que mudou, atualizar o currículo com base nestas mudanças e, acima de tudo, não dedicam tempo para achar o seu melhor em todos os seus papéis. O foco parece ficar só naquilo que falta e não no que se tem.
A promessa do empreendedorismo materno sobre a liberdade para gerir melhor tempo no dia a dia, passar mais horas com os filhos e ainda ganhar dinheiro é extremamente atraente e soa como música perfeita para nossos ouvidos. E essa já é uma verdade para algumas pessoas depois de algum tempo dedicação, pois existem muitos relatos com casos de sucesso – Débora Miller da Doralice Doces é um lindo exemplo.
Porém, empreender é trabalho duro e muito solitário no início. Para uma pessoa que sempre atuou no regime CLT como eu, ficar sem chefe, par ou equipe para criticar ou orientar a sua melhor performance e ampliar suas perspectivas na empresa é como perder a direção do barco.
A sensação de saber o que fazer e para onde ir todos os dias é tão boa, dá segurança e é tão aconchegante até você lembrar que não estava feliz fazendo o que fazia.
Empreender exige preparo, coragem e um propósito genuíno, pois a sua convicção será testada diariamente.
Este texto é um convite a refletir sobre o lugar que você está. É nesse lugar que você realmente quer estar? E quais são as possibilidades que existem para você além de empreender? Onde você quer estar daqui a 5 anos não é mais uma pergunta de processo seletivo, é para todas as manhãs. Você sempre tem escolha!
A minha é te ajudar a ser feliz no trabalho agora!
Beijo carinhoso
(*) É Membro dos Empreendedores Compulsivos, mãe de 2 filhos, é especialista em gestão de carreira, possui 20 anos de experiência em treinamento e desenvolvimento de líderes e atua apoiando profissionais e empresas a obter o equilíbrio entre maternidade e trabalho. É Pós Graduada em Processos de Gestão de Pessoas pela FIA/SP, certificada em Coaching com especialização em Neuro Coaching e em Action Learning Coach.