Marcelo Salvo (*)
Por falar em planeta, vivemos em um mundo dominado pelo capitalismo, voltado para estimular o consumo e o lucro, o ser humano por sua vez é um ser de relações, de contato, de olho no olho, e isso está ficando para trás, de acordo com dados do Colégio Notarial do Brasil divulgados pelo jornal O Tempo, de janeiro a junho de 2021, foram 37.083 divórcios, um aumento de 24% em relação ao primeiro semestre do ano passado, com o início da pandemia da Covid-19.
Pela falta de bons relacionamentos, a pessoas se apegam as redes sociais, dedicando boa parte do tempo na frente dos celulares e computadores. E esse é um dos motivos do desejo de compra, se não encontro felicidade ao meu lado, procuro outras alternativas, e as compras há muito tempo tem sido a alternativa mais procurada.
De acordo com o relatório da Mastercard SpendingPulse, um indicador de vendas no varejo, o e-commerce brasileiro apresentou um crescimento de 75% em 2020 se comparado ao ano anterior, isso se deu, sobretudo, após o início do isolamento social.
Com esse consumo aumentando, o descarte do lixo também aumenta, e a incapacidade de reciclagem sendo pequena no mundo todo, faz crescer a produção de gás metano, que juntamente com o triste cenário de desmatamento que proporcionam pastos compactados e a criação de gados, acelera a produção de mais gás metano e intensifica o aquecimento global, o que muda totalmente o clima ambiental.
A geração de resíduos domiciliares e de limpeza urbana tiveram aumento médio de 10% no país em no ano passado, segundo levantamento da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) publicação feita pela agencia Brasil EBC (agosto 2021).
Sem água por causa de alterações do clima, nós, as plantas e os animais em pouco tempo deixaremos de existir e então fica claro que se quisermos dias melhores para os seres vivos, isso tudo tem que mudar, mas não mudará sem a nossa intervenção, com consciência e atitude imediata.
A partir daqui entra a colaboração entre os seres humanos, a principal e porque não dizer, a única forma de termos certeza de um futuro, de coexistirmos com o restante do planeta.
Para isso, devemos rever conceitos e ações culturais, política, espiritual e comportamental, porque quando falamos de planeta, vida, relacionamentos, sociedade e empresas, não podemos pensar em individualismo, e sim no coletivo, onde eu cuido de mim e dos outros, e você faz a mesma coisa. Dessa forma vamos generosamente contribuindo uns com os outros.
E isso vale para tudo, o mundo corporativo por exemplo, já passou desde sua existencia por diversos modelos de administração, a cada surgimento de novas empresas, PMEs, familiares, cada uma delas criou seu modelo único, pautado na cultura daqueles que as criaram, infelizmente falta para muitas delas atualização, aperfeiçoamento.
Para obter melhores resultados não faz sentido nenhum existir competição dentro das organizações, mas ainda existe. Uma empresa que promove competição busca resultados individuais, as que promovem colaboração buscam resultados coletivos e tem como objetivo, um ambiente para todos, estimulam a inclusão, diversidade e respeito, se não houver empatia cai por terra a colaboração, e as chances do clima da empresa ser extraordinário é quase zero.
Se não houver colaboração automaticamente existirá a competição, e ela vai estimular o conflito e a possibilidade do confronto, uma verdadeira barreira para o trabalho em equipe.
Com a competição destruímos nossa criatividade, nosso poder de inovação, além do engajamento, sonhos, motivação e envolvimento de cada colaborador.
Com a competição, perdemos a chance de aprender com o diferente, com posições contrarias, sem a colaboração, os bons resultados serão esquecidos, e os relacionamentos serão somente por interesse.
Sem colaboração a sua saúde mental e física vai te destruir, e a velocidade das mudanças e transformações tecnológicas, não terão sentido sem a presença do homem.
Nas empresas que adotaram a competição interna, vemos apenas distanciamentos e justificativas dos resultados não atingidos, em empresas onde existe colaboração, temos resultados sustentáveis, conquistados pelas equipes.
Em 2005 assumi o papel de liderança de uma equipe de vendas de planos de saúde triple A, era uma equipe grande, mas quando comecei a conhecer melhor os comportamentos, encontrava muita tradição de métodos antigos, disputas internas, concorrência entre setores, então minha primeira reação foi tentar mudar tudo, e em pouco tempo e com a junção de inúmeras ações consegui fazer com que a equipe se tornasse unida, menos competitiva e mais colaborativa, os nossos resultados foram muito bons e quando sai da empresa após 3 anos tínhamos uma equipe produtiva e feliz, pena que com minha saída os grupinhos voltaram a existir e as competições internas também, e isso tudo porque existe uma necessidade enorme do ser humano ser monitorado, pois ele tem a tendência de ir para o caminho mais fácil e confortável e que nem sempre é o melhor para todos.
Resumindo o artigo, tudo faz parte de um grande ecossistema, pessoas, empresas, terra, agua e ar, a sobrevivência do ser humano e o futuro dos negócios, dependerão das nossas escolhas de hoje.
E qual é a sua escolha em relação a esse assunto?
Pense nisso.
(*) É – Membro dos Empreendedores Compulsivos, é diretor da Atitude Profissional Educação Corporativa. Com 30 anos de experiência em vendas é graduado em Administração e Artes Cênicas – Ator, com especializado em Gestão de RH e pós graduado em Marketing e Negociação e Vendas pela FAAP . Professor de Pós e MBA na B. I. International e Senac , é também Escritor do livro Atitude Profissional.