Claudio Zanutim (*)
Empresas de micro e pequeno porte estão enfrentando e enfrentarão desafios jamais imaginados: terão que lidar com um novo modelo de consumo, novas abordagens, novas tecnologias e novas formas de fazer negócios e atender seus clientes. Veja bem, até a manhã de 29 de abril, pandemia do coronavírus já havia chegado a 185 países, infectado mais de 3,1 milhão de pessoas e levado a óbito mais 218,5 mil seres humanos (Johns Hopkins Corona Virus Resource Center). Em uma semana, o número de casos e de mortos quase dobrou. Mas temos uma certeza: isso passará.
É fato que a economia sofrerá com a crise. Neste momento, é necessário ter flexibilidade e planejamento, além de serenidade e sabedoria para se preparar para os próximos meses. Os empreendedores podem pensar em alguns caminhos para aguentar a tempestade e se preparar para a retomada da normalidade. Terão que negociar melhor os prazos e os preços com fornecedores, mudar o modelo de negócio para prestação de serviços à distância, a busca por crédito, qualificação e inteligência emocional.
Como os setores específicos da economia podem reagir a este momento difícil? Começando pelo varejo tradicional, que beira quedas em índices alarmantes, variando entre 42% e 63%, segundo o Sebrae. Minha sugestão é que se deve adaptar o negócio para entrega direta ou utilizando serviço de delivery. Há pequenos e micro negócios que estão ajudando outras pessoas, por exemplo, contratando uma pessoa do bairro ou próxima, que ficou desempregada, para fazer as entregas de bicicleta. Ou seja, fomentando a economia local.
Há também que ser dar importância ao comércio local: você, que é consumidor, deveria primar, agora, por comprar e consumir em locais próximos à sua casa para ajudar o pequeno e o micro empreendedor. Outra ação muito importante é estar em contato com os clientes o tempo todo, principalmente pelos canais digitais, para oferecer serviços que possam manter aquela máxima em vendas que é: quem não aparece mão é lembrado.
Para o mercado da moda, que beira queda próxima aos 80% (ainda segundo o Sebrae), minha orientação é apresentar serviços complementares, como entrega ou até mesmo o serviço do provador delivery, claro que zelando pela garantia da distanciamento social e proteção para o cliente. Uma saída bem legal é ter uma rede social atualizada, com conteúdo relevante e dicas para sua rede de clientes. Se você nunca construiu uma boa base de dados e informações sobre seus clientes, agora é hora de aprender e começar a fazer. Outra ação que pode ser trabalhada é a produção de roupas e acessórios de proteção para profissionais de saúde, só tome cuidado, pois existem normas estabelecidas para esse tipo de fornecimento.
Já o mercado de serviços de alimentação (67% de queda, diz o Sebrae), minha ideia é que possa criar “cards” para divulgação do cardápio em redes sociais e comercializar vouchers com desconto para clientes usarem quando os bares e restaurantes reabrirem. Outra ação seria falar com os clientes assíduos para ofertar promoções diferenciadas.
Outro setor importante para trazer aqui é o de beleza, que chegou a retrair 69% por causa dos impactos da Covid-19. Os pequenos e micro empreendedores desse setor devem intensificar o uso de ferramentas e canais digitais, como TikTok, Instagram, WhatsApp, Facebook e outras plataformas e aplicativos de venda. Também podem vender via delivery de cosméticos homecare, elaborando kits de produtos que atendam às necessidades das clientes. Isso tudo serve para você que opera com venda direta também.
Quero trazer um ponto de reflexão para o setor de oficinas e peças automotivas, que bateram uma redução de 55% por causa da crise. Com a procura crescente por serviços de delivery, principalmente ofertado por motoboys e motoristas de aplicativo, a procura por peças de reposição deve aumentar por causa da manutenção, então, você, dono de pequeno negócio ligado a esse setor, deve estar atento a isso e procurar se aproximar destes clientes para melhorar seu giro de vendas.
Já para as indústrias de base tecnológica a recomendação é que, nesse momento de baixa, por causa do coronavírus, analisem existe alguma forma de alterar a sua produção para fornecer produtos hospitalares mais demandados, como respiradores e materiais para leitos de UTI. Além disso, tenho sugerido para que exista um rodízio de colaboradores com maior frequência, com carga horária reduzida e com mais turnos para que os empregos sejam mantidos, mesmo com algum acordo de redução de salário de forma momentânea.
Com criatividade, colaboração e boa vontade, tenho certeza que sairemos mais fortalecidos deste momento!
Até Mais!
(*) É Membro dos Empreendedores Compulsivos, Palestrante e Trainner Internacional. Mais 150 mil pessoas treinadas. Auxilia empresas e pessoas na maximização da performance em vendas e no atingimento de objetivos e metas. Autor de 6 livros, 3 e-books e dez artigos acadêmicos, é reconhecido nos meios empresarial, acadêmico e popular, principalmente com o Best Seller: Como Construir Objetivos e Metas Atingíveis.