A importância da Diversidade e Inclusão para o Employee Experience organizacional

em #tenhacicatrizes, Empreendedores Compulsivos
quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Augusto Roque (*) e Carolina Lopes (**)

Sabemos que a tecnologia transformou os negócios e, basicamente transformou o modelo de operação e gestão de pessoas. Gerir pessoas pela experiência, com diversidade e inclusão passou a ser mais do que necessário, passou a ser obrigatório.

Não basta investir em estratégias para melhorar a experiência do consumidor, é preciso também trabalhar em uma cultura organizacional agradável, produtiva e receptiva o suficiente para que os talentos do negócio não migrem para a concorrência. Afinal, novas relações trabalhistas exigem novas estratégias e metodologias de trabalho. Lembre-se: as organizações antenadas no que há de mais moderno não poupam esforços – nem investimentos – para construir equipes cada vez mais eficientes, diversas e inclusivas.

Conceituando brevemente, Employee Experience é a soma de todas as experiências e interações de um colaborador com a organização – desde o primeiro contato como um candidato potencial, até o fim do vínculo emocional de trabalho com a empresa. Ao desenvolver estas ações a organização buscará focar suas ações para promover melhorias no cotidiano de quem já está inserido na cultura organizacional, proporcionando bem-estar e realização profissional, o que gera impactos diretos em sua produtividade.

Levando em consideração que as organizações estão tendo dificuldades em aplicar os tradicionais processos de RH e que atrair, recrutar e reter os profissionais mais talentosos do mercado está cada vez mais complexo, entendemos que, neste momento, desenvolver uma estratégia de Employee Experience alinhada com as práticas de diversidade e inclusão pode fazer a sua organização se destacar no mercado.

E como e por que Diversidade e Inclusão, ou D&I, é importante para as Organizações e para Employee Experience dos colaboradores e colaboradoras? Já vamos chegar lá, mas antes vamos rapidamente traduzir na prática o que é D&I. Diversidade é garantir, no quadro demográfico de pessoas da empresa, a representatividade numérica e de variedade das inúmeras características humanas existentes na sociedade. Por exemplo: raça, gênero, orientação sexual, gerações, pessoas com e sem deficiência, religiões etc. E inclusão? Aí é que são elas.

Inclusão é garantir que uma vez que esses públicos antes subrepresentados nas empresas, tenham ambiente seguro e segurança física e psicológica para ser quem são, fora de dentro do ambiente de trabalho. Porque se foram inseridos porque entendemos ser importante e justo, estes agora devem poder expressar opiniões, se sentirem úteis, ouvidos e pertencentes e, só assim, possam expressar-se por si e pelos que representam e possam realizar todo seu potencial. Contudo após centenas de anos de história sem aprendermos e discutirmos D&I, os desafios são inúmeros no a dia a dia prático das empresas, líderes e não-líderes precisam afirmativamente trabalhar para abandonar comportamentos e atitudes racistas, capacitistas, machistas etc. E talvez até as manifestações culturais da organização precisem ser revistas, como: crenças, valores, políticas, códigos, organograma, estrutura física, rituais etc. 

Bom, agora voltemos a pergunta: Como e porque Diversidade e Inclusão, ou D&I, é importante para as Organizações e para Employee Experience dos colaboradores e colaboradoras? Para as empresas: porque imagem e reputação ficam mais seguros, lucratividade e inovação são alavancados e problemas complexos ficam mais fáceis de solucionar, pois novas e mais competências estão disponíveis. Hoje há muitos instrumentos mundiais e institucionais que podemos chamar de “aliados” no avanço de D&I, dentre eles: compromissos ESG que são práticas nas áreas “environmental, social and governance” (ambiental, social e governança, em português) requeridas pelos maiores Investidores globais, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU para 2030, que orientam as decisões e iniciativas organizacionais e das empresas signatárias do Pacto Global.

Uma pesquisa da Harvard Business Review, de 2015, mostra que as empresas que apostam na diversidade tem 33% mais lucratividade que as outras e 77% dos investidores globais aumentaram significantemente os investimentos ESG em resposta à Covid-19. Já para a jornada Employee Experience, pesquisas do instituto Gallup (2018) mostram que funcionários que trabalham em empresas que praticam a diversidade são 17% mais engajados e 75% deles reconhecem que há espaço para inovar no trabalho em que fazem; além de perceberem 30% mais colaboração, confiança e diálogo aberto entre os colegas. Assim, podemos traduzir que: sentir-se parte, independente da cor da sua pele ou de qualquer escolha pessoal, é mais engajamento e felicidade “na veia” para as pessoas no trabalho!

Por mais que o tema diversidade já seja uma realidade em algumas organizações, cada vez mais o mercado abre suas portas para profissionais com características e vivências variadas. Negros, PCDs, LGBTQIA+, mulheres, nacionalidades, religiões, etc., devem ser incluídos na agenda estratégica das organizações, e, para isso, é necessário ter um programa estruturado para entender os motivadores, o passo a passo para implementação e principalmente os impactos e benefícios.

Mudar a cultura organizacional para alcançar a diversidade e a inclusão é um processo que deve ser conduzido de forma estruturada para não causar desconforto aos colaboradores, processo esse que deve ser acolhedor e não punitivo. O fato de os líderes representarem minorias, não contribui para contratar e gerir uma força de trabalho mais inclusiva, como também não contribui para a estratégia empresarial. Portanto, ao incentivar e aplicar a diversidade no ambiente corporativo simboliza a responsabilidade de uma organização em criar um ambiente de trabalho diversificado e inclusivo e criativo para que todos os funcionários tenham as mesmas oportunidades, espaço e respeito. Isso melhora o Employee Experience.

Até a próxima!


(*) É CMO dos Empreendedores Compulsivos, Sócio da Molécula – Instituto de Desenvolvimento Humano, especialista em Employee Experience, Propósito, Felicidade, RH 4.0 e Empreendedorismo, com mais de 20 anos de experiência como executivo, palestrante, professor e consultor. Tem Mestrado em Bem-Estar e Inovação pela FEI-SP e é bacharel em Administração pela FEI-SP. Autor do livro Empreendedorismo publicado pelo ESPRO.

(**) É profissional de RH e Desenvolvimento Humano, Coach, Educadora em Disciplina Positiva para Pais e Organizações e Facilitadora em Diversidade & Inclusão Organizacional pela PDA USA. Formada em Turismo e especialista em Administração e Organização de Eventos pelo SENAC-SP, é a mãe do Gabriel e umas das criadoras de conteúdo na @materflybr.

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