Dump, no dicionário Collins inglês-português é “depósito de lixo”
A palavra dumping, que deriva da inicial, é uma odiosa prática comercial que algumas empresas (quando não amparadas por governos e outras instituições) praticam para destruir a concorrência de uma forma, digamos, nada ortodoxa.
Parte I – Uma empresa pode ter o custo de US$ 10 para produzir um determinado manufaturado. Quando ela quer “ganhar market share de forma agressiva”, passa a comercializá-lo por US$ 8, em seu mercado interno. Ou ainda, tem custo de fabricação de US$ 10 e o exporta a US$ 7. Na prática a empresa em questão está vendendo algo abaixo do seu próprio custo de produção. E qual a lógica nisso? A lógica é perversa: massacrar a concorrência. Ou seja, ninguém terá condições de competir com tal empresa.
Parte II – Feito o estrago, a predadora em questão ficará sozinha no mercado. E recorrendo à fauna literária novamente, é chegada a hora de a onça beber água. E ela vai beber “toda a água” que encontrar, porque não terá escrúpulos de colocar o mercado consumidor de joelhos, ditando preços, condições de pagamento, qualidade do produto etc quando se sentir sozinha e confortável…
É jornalista, com extensão em Meio Ambiente pela ECA-USP; pós-graduado em Comunicação e Relações com Investidores pela FIPECAFI (FEA-USP), diretor da Virtual Comunicação, membro da Comissão Brasileira do Relato Integrado e palestrante.
A prática é tão antiga e perniciosa que governos do mundo todo, praticamente, têm leis de combate ao dumping.
Até aqui referi-me ao ´dumping tradicional´. Mas e os outros que permeiam as nossas relações no dia a dia, travestidos de “parcerias”? O que são, como são, como prejudicam empresas, pessoas, governos? Vamos a eles.
Organizações (sejam empresas, ONGs, Associações ou Sindicatos) têm um elenco de fornecedores e clientes. Na lógica comercial, contratam insumos e serviços e se valem destes para o seu desempenho no mercado. Isto é, compram matéria-prima, insumos e serviços de assessoria jurídica, de marketing ou de comunicação, por exemplo.
Quando uma assessoria de comunicação se oferece a uma determinada empresa, ou associação, para trabalhar de graça só para “limar a concorrência”, ela estaria fazendo o quê mesmo? Praticando o que chamei de `dumping-parceria´. Além de faltar com a ética concorrencial, sendo uma voraz predadora de mercado, esta deixa de recolher impostos e a qualquer tempo vai largar o cliente na mão porque se não pingar grana, ela relaxa no serviço e o abandona. Ninguém trabalha “de graça” o tempo todo. Até porque o “de graça” significa botar dinheiro do bolso com telefone, internet, pessoal, transporte, refeições etc.
Portanto, se você é dirigente de uma organização fique de olhos bem abertos com estes lobos/as de voz doce. Por debaixo da mesa eles escondem mãos peludas. Caso a sua organização esteja se doando a parceria do tipo, estará sendo no mínimo conivente. E, convenhamos, falta de ética neste momento da vida nacional é algo de que efetivamente não precisamos.
Nosso colaborador de hoje revisita o termo dumping e lança um olhar diferenciado sobre o universo das parcerias. Sua interação é muito importante, escreva para nós: [email protected].
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