Todos nós, vez ou outra, temos comportamentos que poderíamos definir como auto-sabotagem, ou seja, atitudes que são contrárias ao melhor interesse de si mesmo
Este é um convite para refletirmos sobre algumas das principais limitações pessoais a que devemos estar atentos e como podemos gerenciá-las para uma performance primorosa e sem estresse.
• Ignorar opiniões contrárias e querer impor a própria opinião;
O fato de termos uma opinião não significa que temos razão, nem mesmo que tenhamos a melhor resposta. É importante estar aberto para ouvir, ponderar sobre as diversas possibilidades e refletir sobre o que ouvimos e aprendemos com o outro. Nossos maiores erros provêm da incapacidade de partilhar com os outros os problemas e as possíveis soluções.
• Não dizer não, mesmo que isso comprometa o bem estar e a efetividade pessoal;
Trata-se de gestão básica do tempo. Assumir mais tarefas do que somos capazes não nos traz maior reconhecimento, traz sim problemas, estresse, cansaço e consequente insucesso. Dizer não sempre que necessário é um exercício elementar para o sucesso.
• Ter dificuldade de perdoar e perdoar-se;
Muitas das angústias que vivemos tem a ver com o perdão, seja do outro seja para conosco mesmos. Perdoar é libertar-se, independente da situação ou das pessoas envolvidas. Liberdade é o estado natural da criatividade. Sem perdão a criatividade fica restrita e, portanto, nossa eficácia na solução dos desafios diminui muito. Lembre-se que ninguém é aquilo que fez, sempre damos a melhor resposta que o nosso nível de consciência nos permite. Não há razão nenhuma para mágoas ou culpas. Trabalhe isso e perceba sua criatividade fluir.
• Não admitir erros e não aceitar críticas por excesso de confiança e de teimosia;
Melhor forma de chegar rápido a um destino é voltar ao caminho toda vez que pegamos um desvio. Fincar o pé e não admitir o erro é seguir na estrada errada e se afastar cada vez mais do destino pretendido. Precisa dizer mais alguma coisa?
Dulce Magalhães
Ph. D. em filosofia pela Columbia University – www.facebook.com/DulceMagalhaes.palestrante
• Ser autoritário ou rude desrespeitando as pessoas e suas opiniões;
Gentileza gera gentileza. Mas gera também colaboração, permite o fluxo criativo de ideias e o desenvolvimento sistêmico e coletivo. Respeito é a base da boa liderança e sua eficácia depende sempre de uma equipe coesa e colaborativa.
• Ser superficial nos relacionamentos e incapaz de expressar emoções;
Cuidado com isso. Não se envolver pode parecer uma atitude profissional, mas de fato aparece como desinteresse e superficialidade. A vida é feita de conexões e nossa rede de contatos só tem valor se é forjada em verdadeira teia de compreensão e relacionamentos.
• Viver desmotivado, protelar tarefas e ter uma atitude reclamatória sobre tudo;
Não tem nada mais chato que gente que reclama de tudo. E pior ainda é que a visão reclamatória só tira nossa energia motivacional e nos deprime, impedindo nossa ação empreendedora e diminuindo nosso potencial de agir para criar soluções e resultados. Elimine as reclamações e perceba como tudo muda para melhor.
• Resistir às mudanças e demonstrar medo ou ansiedade diante das incertezas;
Tudo muda, assim nossa resistência a isso é energia desperdiçada que só gera temor e insegurança. Aprender a fluir com a mudança, aceitando sua inevitabilidade é a forma mais orgânica de estar em harmonia consigo mesmo e com todos.
O primeiro passo para superarmos essas dificuldades é nos darmos conta de como e quando esses comportamentos aparecem e elaborarmos um plano pessoal de mudança. Só o auto-conhecimento pode estabelecer as bases sólidas para uma mudança efetiva e permanente.
Talvez não seja nada casual que sobre o pórtico de um dos lugares mais cultuados na busca do conhecimento no mundo antigo, o oráculo de Delphos, havia uma inscrição a nos alertar para o real caminho: “Conhece-te a ti mesmo”. Nada poderá representar maior impacto positivo em nossa performance do que este conhecimento. Reflita sobre isso. Suerte!
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